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terça-feira, 31 de maio de 2016

Seria Jesus um beberrão ou comerciante de bebida alcoólicas como muitos afirmam?

Meu Jesus um beberrão e fabricante de bebidas alcoólicas ?

Lucas 7:34 "Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!"

"Vinho" ("oinos") referia-se, no NT a todos os tipos de vinho, tanto o não fermentado, como o fermentado. A declaração de Jesus indica que Ele bebia algum tipo de vinho, ao passo que João não bebia nenhum (v.33). Não se pode, porém, determinar por meio deste texto que tipo de vinho Ele bebia, uma vez que a acusação dos fariseus a respeito do caráter de Jesus é totalmente falsa. Acusam Jesus de ser um comilão e beberrão, ou de beber com os pecadores, mas eram mentiras difamatórias e costumeiras, com o propósito de destruir a sua influência como mestre da justiça (Mt 12.24; Jo 7.20; 8.48). O próprio Jesus disse que quem come e bebe com os ébrios é um mau servo (Mt 24.48,49). Logo, não se pode provar, de modo nenhum, à base deste texto, que Jesus bebia vinho embriagante.

João 2.10: "e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora."
Em contraste com a posição exposta a seguir, alguns acreditam que, tanto o vinho fornecido neste casamento como o vinho feito por Jesus, eram embriagantes se consumidos em grande quantidade. Se aceita esta tese, as implicações disto, dadas a seguir, devem ser reconhecidas e também aceitas:

(1) Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados.
(2) Segundo, Maria, mãe de Jesus, estaria lastimando a falta de bebida embriagante e estaria pedindo que Jesus fornecesse aos convidados, já embriagados, mais vinho fermentado.
(3) Terceiro, Jesus estaria produzindo, a fim de atender à vontade de sua mãe (v.3), de 600 a 900 litros de vinho embriagante (vv. 6-9) mais do que suficiente para manter todos os convidados totalmente bêbados.
(4) Quarto, Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu primeiríssimo "milagre" a fim de manifestar "a sua glória" (v.11) e de levar as pessoas a crerem nEle como Filho justo e santo de Deus. Não é possível evitar as implicações supras da tese em questão. Alegar que Jesus produziu e usou vinho alcoólico, não somente ultrapassa os limites das normas exegéticas, como também nos leva a um conflito com os princípios morais embutidos no contexto geral do ensino da Escritura. Fica claro que, à luz da natureza de Deus, da justiça de Cristo, da sua amorável solicitude pela humanidade, do bom caráter de Maria, as implicações da posição de que o vinho de Caná estava fermentado são contraditórias.

Não se pode adotar uma interpretação que envolva tais afirmações e contradições. A única explicação plausível e crível é que o vinho produzido por Jesus, a fim de manifestar a sua glória, era o suco puro e não embriagante da uva. Além disso, "o (vinho) inferior", inicialmente fornecido pela pessoa encarregada das bodas, também com toda probalidade não era inebriante.
"...o bom vinho..." De conformidade com vários escritores antigos, o vinho "bom" era o vinho mais doce, vinho este que podia ser bebido livremente e em grandes quantidades sem causar danos (i.e., vinho cujo conteúdo de açúcar não fora destruído através da fermentação). O vinho "inferior" era aquele que fora diluído com muita água.

(1) O escritor romano Plínio afirma expressamente que o "bom vinho", chamado sapa, não era fermentado. Sapa era suco de uva fervido até diminuir um terço do seu volume a fim de aumentar seu sabor doce (IV. 13). Ele escreve noutro trecho que "os vinhos são mais benéficos quando toda a sua potência é removida através do coador" (Plínio, História Natural, XIV.23-24). Plínio, Plutarco e Horácio sugerem que o melhor vinho era do tipo "inofensivo".

(2) Os documentos rabínicos afirmam que alguns rabinos recomendavam o vinho fervido. O Mishna dos judeus diz: O rabino Yehuda permite-o (o vinho fervido como oferta alçada), porque a fervura o melhora".

(3) É notável que o adjetivo grego traduzido "bom" (v.10), não seja agathos, mas kalos, que significa "moralmente excelente ou apropriado".
"...beberam fartamente..." A expressão "beberam fartamente" provém da palavra grega methysko, que tem dois significados: (1) estar ou ficar bêbado, e (2) estar farto ou satisfeito (sem referência à embriaguez). Aqui devemos entender methysko como o segundo destes dois significados. (a) Seja como for traduzido este texto, ele não pode ser usado em defesa da tese de que nessa festa de casamento foi bebido vinho fermentado. Neste texto, o mestre-sala simplesmente cita um princípio geral, próprio de qualquer festa de casamento, sem considerar o tipo de bebida que foi então servido. (b) Não devemos, de modo algum, dar a entender que Jesus participou de uma festa de bebedeiras, nem que contribuiu para isso.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

HOMENS E ANIMAIS TEM O MESMO ESPÍRITO?

Homens e animais tem o mesmo espírito?

A discussão sobre a alma vem ganhando maior atenção nos últimos anos. Principalmente depois que o aniquilacionismo foi adotado como doutrina oficial de alguns grupos cristãos, entre eles, os adventistas.
Nesta discussão, o livro de Eclesiastes se torna uma importante ferramenta para aniquilacionistas defenderem a doutrina do sono da alma. Um dos motivos é o versículo 3.19 deste livro:
Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. (Ec 3.19)
Por que este versículo é tão importante? Samuelle Bacchiocchi, teólogo adventista, explica isto: É evidente de textos como estes que possuir o fôlego ou o espírito de vida não significa ter uma alma imortal. O fôlego de vida é simplesmente o dom de vida dado aos seres humanos e animais pela duração de sua existência terrena. O espírito ou fôlego de vida que retorna para Deus por ocasião da morte é simplesmente o princípio de vida concedido por Deus tanto para os seres humanos quanto para os animais. Este ponto é claramente exposto em Eclesiastes 3:19: “Porque o que sucede aos filhos dos homens, sucede aos animais; o mesmo lhes sucede; como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida [ruach], e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais”. Os que alegam que os animais não possuem o espírito [ruach] de vida, mas somente o fôlego [neshamah] de vida ignoram o que tanto Eclesiastes 3:21 quanto Gênesis 7:15, 22 claramente expressam que os animais possuem o mesmo espírito-ruach de vida concedido aos seres humanos. [1] “Imortalidade ou Ressurreição? – Samuele Bacchiocchi”
Assim, o fato de Salomão ter colocado o espírito humano e animal no mesmo patamar, indicaria que este se trata apenas do “dom da vida”. Mas é verdade que este fôlego é colocado no mesmo patamar? Para responder esta pergunta, vamos analisar o livro e o contexto do versículo.
A visão materialista de Eclesiastes.
A temática de Eclesiastes é a vaidade das coisas terrenas e a inutilidade dos esforços humanos, conforme encontramos nos primeiros versos do livro:
Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? (Ec 1.2-3)
Muitos entendem que a temática do livro está focada nas coisas terrenas, pelo amplo uso da expressão “debaixo do sol”, como foi feito nos versículos acima, como mencionado no comentário Jamieson, Fausset e Brown: “debaixo do sol: ou seja, nesta vida, em oposição à vida futura. A frase sempre ocorre, mas somente em Eclesiastes”[2]. O comentário Keil e Delitzsch diz: “‘Debaixo do Sol’ é a designação da terra peculiar a este livro, – o mundo do homem, que estamos acostumados a chamar de mundo sublunar” [3]. Se não houvesse o emprego da expressão, poder-se-ia entender que “tudo é vaidade” aplica-se também às coisas celestiais, o que seria inconsistente com o próprio sentimento que o autor demonstra depois, em respeito a Deus (Ec 2.6, Ec 3.13, Ec 5.1-7, Ec 5.19,20, Ec 12.13).
Tudo é vaidade, e Salomão usa isto para defender que a vida terrena não traz verdadeira alegria, se não temos em vista Deus e suas obras. Salomão conclui depois de sua análise da vida debaixo do sol: De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. (Ec 12.13)
É o temor a Deus que Salomão enfatiza, e para isto ele demonstra como são vãs as obras terrenas dos homens. “Vaidades” é usada 37 vezes neste livro, para expressar esta idéia. Devemos, portanto, ter em mente que muito do que é dito em Eclesiastes está limitado ao materialismo, para que a mensagem do autor tenha um significado válido. Com isto em mente, vamos analisar o capítulo 3 de Eclesiastes.
A ignorância humana
O capítulo 3 de Eclesiastes é iniciado com uma discussão sobre o tempo. Salomão arrazoa que há tempo para tudo: tempo de nascer, morrer, plantar, colher… Salomão em sua descrição do tempo, sempre coloca um exemplo juntamente com seu oposto, para mostrar que realmente tudo tem seu tempo.
Salomão então interrompe sua descrição do tempo. É neste momento que Salomão declara a ignorância humana, ao dizer:
(Ec 3.11 – Almeida Corrigida Fiel) Tudo fez formoso em seu tempo; também pós o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.
(Ec 3.11 – Almeida Atualizada) Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim.
Apesar das traduções serem diferentes quanto ao sentido da palavra ‘olâm neste versículo, em uma coisa eles concordam: o homem desconhece as obras de Deus. Esta não será a única vez que Salomão declarará que o homem desconhece algo (Ec 7.14, Ec 8.17, Ec 9.1, Ec 11.5).
Mas qual a relação do desconhecimento com as declarações sobre o tempo que iniciaram o capítulo? É neste momento que Salomão estabelece esta ligação.
Ele primeiro declara que só tem visto injustiça e iniquidade no mundo. Não havia paz, não havia amor… Para Salomão, estava claro que estamos vivendo, desde os tempos dele e tempos anteriores, do tempo da iniquidade. E como no início do capítulo, Salomão diz que há tempo para tudo. Se agora é tempo de iniquidade, então é de se esperar que haja um tempo de justiça. Então, Salomão conclui:
(Ec 3.17) Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra.
Sim, haverá um julgamento. E é exatamente por que o homem ignora isto, é existe esta iniquidade também. O homem poderia usar suas vãs obras para fazerem o bem. Se o homem conhecesse as obras de Deus, ele certamente faria o bem. Mas ele desconhece. E é por isto que Salomão diz que Deus o prova. A palavra para provar é bârar, que indica uma separação, uma manifestação. Deus vai manifestar “quanto à condição dos filhos dos homens”, o que eles são. E o que eles seriam? Não é por acaso que Salomão diz que Deus vai mostrar que eles são como animais. A Bíblia faz comparações entre os seres humanos e animais, e ressaltando nestas comparações, a ignorância:
(Sl 32.9) Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.
(Sl 49.12) Todavia o homem que está em honra não permanece; antes é como os animais, que perecem….
(Sl 49.20) O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais, que perecem.
(2Pe 2.12) Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção,
(Jd 1.10) Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem.
Quão oportuna mais esta comparação aqui. Salomão falando sobre a ignorância humana, mais uma vez retoma uma figura de linguagem comum na época. Agora que está demonstrado o quê Deus quer mostrar para o homem, deve-se aqui identificar, como Ele faz isto.
Nota-se que é a igualdade com os animais que faria esta ignorância humana ficar clara. Todos morrem, todos tem o mesmo espírito. Esta demonstração de Deus, portanto, não será uma demonstração futura. A igualdade existe hoje, portanto esta demonstração deve existir hoje também.
E como aconteceria esta demonstração? Vimos que é a ignorância humana que o faz não se preocupar com o julgamento. À medida que se torna mais ignorante sobre este assunto, ele passa a adotar para si, as mesmas condições que ele adotaria para um animal. Tanto ele como o animal não serão julgados, esta é a visão dele.
Da mesma forma, a morte passa a ser para ele, algo que o iguala ao animal. Pois o que ele vê é que da mesma forma que ele morre, o animal morre. Para ele não há diferenças. Para aquele que não entende as obras de Deus, sua morte é igual à morte do animal. Ele conclui que não possui nenhuma vantagem sobre os animais, como Salomão mesmo diz. E é através desta igualdade vista pelo homem sem entendimento, que Deus demonstra para ele que ele não sabe nada das obras de Deus.
E é por isto que Salomão pergunta depois de tudo:
(Ec 3.21) Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?
Ninguém sabe disto. É por isto mesmo que se encaram como animais, e em consequência disto, fica claro para eles que eles não possuem entendimento sobre as coisas celestiais. O que eles entendem está restrito apenas aos fatos que acontecem debaixo do sol.
E nesta visão de incredulidade, é que Salomão termina o capítulo, dizendo:
(Ec 3.22) Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?
Como disse Paulo, se Cristo não ressuscitou, comamos e bebamos que amanhã morreremos. A máxima do epicurismo se torna realidade aqui.
O problema aniquilacionista
Qual o problema da visão aniquilacionista, quando entendemos o que está sendo dito por Salomão? A questão é clara: o aniquilacionista declara como válida e verdadeira, a visão do homem que não entende as obras de Deus. O aniquilacionista abraça a falta de entendimento, e a comemora como algo válido. Ironicamente, o aniquilacionista se declara como o animal, e acaba sendo provado por Deus que ele não tem entendimento.
A própria pergunta de Eclesiastes 3.21 já deveria mostrar para o leitor da Bíblia que existe uma diferença entre o ser humano e o animal. Não só isto: o próprio julgamento mostrado por Salomão deveria mostrar isto. Mas vamos observar de novo o versículo 21:
(Ec 3.21) Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?
A própria diferenciação que Salomão faz dos destinos de animal e homem já mostra uma diferença. O fôlego do homem vai para cima, e o dos animais vai para baixo da terra. Já mencionei esta diferenciação para aniquilacionistas, e fui criticado, inclusive ridicularizado por isto. No entanto, gostaria de mostrar a opinião de alguns estudiosos da Bíblia sobre o assunto, estudiosos respeitados.
A versão King James deste verso é a única que traduz, como agora apontado, conforme permite o texto hebraico. Está de acordo com os melhores intérpretes judeus e modernos. Uma pequena diferença de pontuação seria requerida para traduzir, “Quem sabe se o espírito dos filhos do homem vai para cima, e, se o espírito do animal vai para baixo?” etc., o qual não parece nem necessário nem apropriado, é sancionado pela Septuaginta e outras versões e por alguns intérpretes modernos.
Quem sabe – Esta expressão (usada também em Ec 2.19; Ec 6.12) não implica necessariamente em completa e absoluta ignorância. Em Sl 90.11, ela é aplicada para o que é parcialmente entendido: compare formas similares da expressão em Pv 31.10; Sl 94.16; Is 53.1. Além disto, é evidente de referências marginais que Salomão não duvidava da futura existência e destino da alma. Este verso só pode ser construído como uma confissão da grande ignorância no assunto.
“Albert Barnes”
A palavra רוח ruach, que é usada neste e no décimo nono versículo, tem duas significações, fôlego e espírito. Ela significa espírito, ou substância incorpórea, em distinção à carne, ou à uma substância corpórea, 1 Re 22.21, 1Re 22.22 e Is 31.3. E ela significa o espírito ou alma do homem, Sl 31.6; Is 57.16, e neste livro, Ec 12.7, e em muitos outros lugares. Neste livro é usado também para significar fôlego, espírito, ou alma de um animal. Enquanto se diz no versículo 19, que eles todos possuem um mesmo fôlego, ou seja, o homem e o animal vivem o mesmo tipo de vida animal; neste verso, uma apropriada distinção é feita entre o רוח ruach, ou alma humana, e o רוח ou alma animal: o primeiro vai para cima, o outro vai para baixo. A tradução literal destas importantes palavras é esta: “Quem considera que o רוח ruach, o espírito imortal dos filhos de Adão, que sobe? Ele é de cima (היא למעלה hi lemalah); e o espírito ou fôlego do animal que desce? Ele é de debaixo da terra”, isto é, ele tende para a terra somente. Este verso não dá suporte para a materialidade da alma; e ainda é o mais forte ponto que os frios e infrutíferos materialistas podem se refugiar.
Salomão mais evidentemente faz uma essencial diferença entre a alma humana e a animal. Ambos possuem almas, mas de diferentes naturezas: a alma do homem foi feita por Deus, e para Deus ela deve retornar: Deus é sua porção, e quando uma alma santa deixa o corpo, ela vai para o paraíso. A alma do animal foi feita para derivar sua felicidade de seu mundo inferior. Brutos deveriam ter uma ressurreição, e viver em uma alegria sem fim em uma nova terra. O corpo do homem deveria levantar, e juntar à sua alma que já está no alto; e ambas gozariam das bênçãos finais nas realizações de Deus. Que Salomão não acreditava no mesmo tipo de espírito, e na mesma sorte, como alguns materialistas e infiéis dizem, é evidente baseado em Ec 12:7: “O espírito deve retornar para Deus que o deu.”
“Adam Clarke”
Ec 3.21 – Quem conhece o espírito do homem que vai para cima?… Há realmente uma diferença entre um homem e um animal; apesar deles terem um fôlego, eles não tem um espírito ou alma; homem tem uma alma racional e imortal, a qual, quando morre, vai para cima para Deus que a deu; para ser julgada por Ele, e desfazer-se dele, em seus próprios aposentos, até o dia da ressurreição do corpo; e o espírito dos animais que vão para baixo da terra? Quando o animal morre, seu espírito vai para baixo da terra, de onde ele veio, e é transformada nela, e não mais existe. Mas quem é que vê isto, ou pode ver e saber com os olhos deste corpo, a diferença destes dois espíritos, ou a subida de um, e a descida de outro? Ou quem sabe pela força da razão, pela força de seu próprio entendimento, sem a divina revelação, que o homem tem uma alma imortal que vai para cima na morte, enquanto que a do animal vai para baixo? Nenhum homem, claramente e totalmente, como parece das dúvidas e meia fé do mais sábio Gentio sobre isto: ou preferivelmente quem sabe e considera esta diferença entre o espírito do homem e o espírito do animal, e pensa sobre si mesmo sobre a preciosa alma imortal que ele tem, e está preocupado com a salvação dela? Muito poucos; e portanto é como vivem e morrem como animais, da forma que fazem. A Midrash interpreta isto da alma dos justos que vão para o céu, e a alma dos injustos que vão para o inferno.
“John Gill”
Vv. 16-22: Sem o temor ao Senhor, o homem não é coisa alguma, senão vaidade; se ele for deixado de lado, os juízes não usarão o seu poder adequadamente. Há outro Juiz que está à porta. Com Deus há tempo para que as aflições sejam tiradas, embora em muitas ocasiões não o vejamos. Salomão deseja que os homens se dêem conta de que, ao escolherem este mundo como sua porção, colocam-se no mesmo nível dos animais; os homens não estão livres das aflições presentes e da futura prestação de conta, e retornarão ao pó do qual foi tomado. Pouca razão há de nos ensoberbecermos por causa de nosso corpo ou dos nossos dotes físicos! Porém, como ninguém pode compreender perfeitamente, poucos são os que consideram a diferença entre a alma racional do homem, e o fôlego ou a vida do animal. O espírito do homem ascende para ser julgado e logo é colocado em um estado imutável de felicidade ou miséria. Tão certo quanto a alma do animal desce à terra, perecendo na morte. É certamente lamentável o caso dos que têm como suas esperanças e maiores desejos, morrer como os animais. Que a nossa pergunta seja: Como pode uma eternidade de existência ser para nós uma eternidade de prazer? Responder isto é o grande desígnio da revelação. Jesus é revelado como o Filho de Deus e esperança dos pecadores.
“Matthew Henry – comentário conciso”
Ec 3.21 –  Quem sabe – Nenhuma dúvida sobre o destino do espírito do homem (Ec 12.7); mas “como poucos, pela razão da moralidade exterior na qual o homem é tão responsável quanto o animal e na qual é a base da argumentação cética, compreende a grande diferença entre homem e o animal” (Is 53.1). O hebraico expressa a diferença fortemente, “O espírito do homem que ascende, pertence ao alto; mas o espírito dos animais desce, pertence para baixo, mesmo da terra.” Seus destinos e próprios elementos diferem completamente [Weiss].
“Jamieson, Fausset e Brown”
Ec 3:21 – “Quem sabe a respeito do espírito dos filhos dos homens, se eles vão para cima; e a respeito do espírito de um animal, se ele vai para baixo da terra?”. O sentido interrogativo de העלה e הירדת é reconhecido por todos os antigos tradutores: LXX, Targ., Siríaca, Jerônimo, Venet., Lutero. Entre os modernos, Heyder (vid. Psychol. P. 410), Hengst., Hahn, Dale, e Bullock tomam o h em ambos os casos como o artigo: “Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens, os quais vão para cima…?” Mas (1) apresentada deste modo a questão não concorda com a conexão, que requer uma pergunta cética; (2) seguindo “quem sabe” após Ecl 2.19; 6.12 e Jos 2:14, uma continuação interrogativa da sentença seria esperada; e (3) em ambos os casos היא permanece como designação do sujeito somente para o propósito de marcar a cláusula interrogativa (cf. Jer 2.14), e de ressaltar que ha’olah e hayorěděth não são apostos pertencentes como objetos a רוח e ורוח. È questionável, de fato, se a pontuação dessas palavras, העלה e היּרדת , como elas se nos apresentam, procedem de uma passagem interrogativa. Saadia em Emunoth c. vi, e Judá Halevi em Kuzri ii.80, negam isso; o que fazem também Aben Ezra e Kimchi. E eles podem estar certos. Isso porque ao invés de העלה , a pontuação deveria ter sido העלה (cf. העלה, Jó 13.25) quando usada como interrogativo um ascendente; mesmo antes de א o comprimento compensatório do interrogativo há não é encontrado certamente em nenhum lugar.
(Note: ה deve ser lido com um Pattach em Juízes 6.31; 12.5; Ne 6.11; conforme Gn 19.9, 27.21. Em Números 16:22 o ה de האישׁ é o artigo, e a questão não está formalmente designada.
Em vez da reduplicação virtual; e portanto também o paralelo היּר não é para ser julgado após היּי, Lev_10.19, הדּ, Eze_18.29, – nós devemos permitir o que a pontuação busca, através da remoção dos dois interrogativos ha (ה), para colocar o que aqui é dito de acordo com Ec 12.7. Mas não há necessidade disso. Porque יודע מי realmente não cai naquilo que Lucretius diz (Lib. I):
“Ignoratur enim quae sit natura animai,
Nata sit an contra nascentibus insinuetur?
An simul intereat nobiscum morte diremta?”
Isto pode certamente ser dito de mi yode’a, assim como de ignoratur, o que não exclui todos os tipos de conhecimento, mas somente um conhecimento seguro e certo sobre áreas suficientes; interire e ירד לם são também raramente diferentes, porque nenhuma das duas palavras necessariamente significam aniquilação, mas ambas representam a descontinuação de uma existência individual independente. Entretanto, a colocação dessa questão pelo Koheleth (O Pregador) é diferente, porque revela mais definidamente do que o que Lucretius disse, a possibilidade de um fim diferente para o espírito de um homem em relação àquilo que espera o espírito do animal, e, portanto, de uma distinção específica entre esses dois princípios de vida. Na própria formação do dilema temos: se para cima ou para baixo, aqui reside um conhecimento inquisitivo; e não pode nos surpreender se Koheleth finalmente decide que o caminho do espírito de um homem é para cima, muito embora não seja dito que ele afirmou isso no campo da certeza demonstrativa. É suficiente que, com a necessidade moral de um julgamento final além da esfera da vida presente, ao mesmo tempo também a existência continuada do espírito do homem se apresenta a ele como um postulado de fé.
Alguém pode concluir do desiderium aeternitatis (Ec 3.11) implantado no homem pelo Criador, que, como os instintos implantados nos animais, isso será considerado não para decepção, mas para satisfação; e de למעלה, Pro 15.24 – i.e., o caminho de um homem sábio se movendo para cima das coisas temporárias, comuns, terrenais, – que a morte não porá um fim a este caminho, mas o ajudará a atingir o seu alvo. Entretanto, esta é uma prova indireta, a qual, entretanto, é sempre inferido à direta em força de argumento. Ele pressupõe que a Onipotência e Sabedoria que formaram o mundo são, ao mesmo tempo, Amor. Portanto, ainda que finalmente, é a fé que resolve o dilema, e nós vemos de Ecl 12.7, que é a fé que exerce influência sobre Koheleth. No Livro de Siraque, também, a velha concepção do Hades se mostra ainda dominante; mas após o ουκ ατηάνατος υιὸς αντηρώπου, 17.25, nós lemos até o final, onde ele fala de Elias: καὶ τὰρ ημεις ζωη ζησόμεθα, 48.11.
Nesta passagem que está diante de nós, Koheleth permanece em dúvida, sem ultrapassar isso pela mão da fé. Numa certa referência a questão que ele propõe aqui permanece não respondida até o presente dia; para a alma, ou, mais corretamente, de acordo com o modo bíblico de concepção do espírito do qual a vida-alma de todos os seres corporais procedem, é uma “monas”, e como tal é indestrutível. No futuro, a alma dos animais e a alma dos homens permanecerão em uma relação mútua e solidária, uma em relação à outra? De fato, a vida futura nos apresenta mistérios cuja solução se encontra além do poder do pensamento humano, e nós não precisamos imaginar que Koheleth, esse homem inteligente de mente sóbria, que era inacessível a uma fantástica auto-decepção, chega, pela linha de pensamento começada em Ec 3.6, uma vez mais ao ultimato.

"Keil e Delitzsch"

sábado, 2 de abril de 2016

A IGREJA DENTRO DA LEI - SUA IGREJA TEM ESTATUTO?

A IGREJA DENTRO DA LEI - SUA IGREJA TEM ESTATUTO?

Implicações e formalidades legais do estatuto como ato constitutivo da organização religiosa

A igreja começa a ter existência como pessoa jurídica de direito privado, na modalidade organização religiosa, a partir do momento em que o seu ato constitutivo é inscrito no respectivo registro, conforme previsto no artigo 45, do Código Civil. Assim, a inscrição desse ato, que é o Estatuto, atribui personalidade jurídica à igreja, que passa ter vida própria e autônoma em relação aos seus integrantes, adquirindo a capacidade de ser titular de direitos e sujeito de obrigações.

A inexistência dessa personalidade jurídica, distinta das pessoas físicas que integram o grupo religioso, pode acarretar, dentre outras consequências, uma comunhão patrimonial entre os membros e a própria igreja. Desse modo, os compromissos financeiros assumidos pela liderança de uma igreja que não possui Estatuto inscrito em cartório, poderão recair sobre todos os seus membros, ocorrendo assim uma espécie de solidariedade de obrigações entre a igreja e os seus filiados. Em última análise, o patrimônio pessoal dos membros poderá responder pelas dívidas contraídas pela igreja.

É comum o dirigente assumir em seu nome obrigações que beneficiam a igreja. O correto é colocar em nome da organização religiosa, para que o patrimônio dela responda por eventual descumprimento da obrigação. Caso contrário, ocorrendo qualquer problema financeiro com a igreja, o patrimônio pessoal do dirigente é que responderá pela satisfação das obrigações que contraiu perante terceiros.

Veja este vídeo: https://youtu.be/aGt4ceuF6xM

A par dessas considerações, analisemos os passos necessários para a existência de fato e de direito de uma organização religiosa. Normalmente, a igreja possui um grupo de pessoas que participam das atividades programadas pela liderança. Isso já é o suficiente para reconhecer que ela tem existência de fato. A partir de então, o primeiro passo é elaborar o Estatuto, que deve refletir o melhor possível a organização e o funcionamento desse grupo de fiéis. Na elaboração do ato constitutivo, a igreja tem ampla liberdade para estabelecer os objetivos, a estrutura administrativa, as regras de funcionamento e outros aspectos inerentes ao modo de ser da igreja.

Os estatutos das denominações evangélicas, de modo geral, seguem uma das seguintes tendências de administração eclesiástica, que são as mais conhecidas. O modelo episcopalcentraliza as decisões na pessoa do presidente ou dirigente da igreja. A forma congregacional,pelo contrário, descentraliza o poder de governo da igreja e atribui aos membros a incumbência de tomar as decisões em assembleia geral. Outro sistema eclesiástico é o presbiterial, uma forma representativa em que a administração é exercida por um conselho, composto pelo pastor ou pastores e pelos presbíteros que são eleitos pelos membros, para em conjunto governar a igreja. Podem ser assim resumidos: episcopal, um governa todos; congregacional, todos governam; e, presbiterial, alguns, eleitos por todos, para governar conjuntamente.

Dentre outras que podem ser encontradas, essas tendências eclesiásticas se destacam. Certamente que todo modelo tem vantagens e desvantagens. Fica a critério de cada denominação decidir como deseja ser administrada e como pretende funcionar. Essas regras e princípios devem constar do Estatuto, tanto para evitar dúvidas por parte dos membros, quanto para impedir alterações posteriores indesejadas. O estatuto consagra assim a ampla liberdade de organização e de funcionamento das organizações religiosas insculpida na Constituição Federal.

Na redação do estatuto deverão ser observados alguns aspectos jurídicos relevantes. O Código Civil, no artigo 46, estabelece quais são as informações que devem constar do registro da pessoa jurídica de direito privado. Dessa forma, o Estatuto que será levado a registro, para que atenda as exigências de lei e obtenha a validade almejada, deverá conter os dados que se seguem, referentes a igreja:

Elaboração de Estatuto

I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

O estatuto deve conter também o visto de Advogado. O Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, amparado pelo artigo 54, Inciso V, da Lei nº 8.906, de 04/07/1994, disciplina no artigo 2º, que o visto de advogado nos atos constitutivos de pessoas jurídicas é indispensável ao registro e arquivamento nos órgãos competentes. Diante disso, o profissional das ciências jurídicas deve participar efetivamente dos trabalhos de elaboração, redação final e inscrição do Estatuto. Tudo para garantir que esse ato seja revestido de todos os requisitos e formalidades legais.

Essa inscrição em cartório está prevista na Lei nº 6.015, de 31/12/1973, denominada Lei dos Registros Públicos. O artigo 114, assim dispõe: “No Registro Civil de Pessoas Jurídicas serão inscritos: I - os contratos, os atos constitutivos, o estatuto ou compromissos das sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, bem como o das fundações e das associações de utilidade pública;”. Importante relembrar que as igrejas não são mais tratadas como sociedades religiosas, mas como organizações religiosas, segundo o atual Código Civil.

Deve ser apresentada ao Cartório, juntamente com o estatuto, a ata de criação da igreja. Nela devem constar as principais deliberações referentes a criação da igreja, tais como a denominação, sede provisória ou definitiva, discussão e aprovação do estatuto, eleição e posse do presidente ou da diretoria, dentre outras decisões relevantes, que podem ser tomadas na mesma ocasião.

A partir de então, outras atas poderão ser registradas no mesmo cartório onde o Estatuto foi inscrito. Essas atas posteriores deverão conter as decisões administrativas mais importantes, tais como eleição e posse do novo presidente ou diretoria, abertura de novas congregações, consagração de obreiros, aquisição ou alienação de bens pertencentes ao patrimônio da igreja, dentre outros. Para tanto, convém manter atualizado livro ou pasta com as atas das reuniões administrativas, promovendo o registro em cartório.

Enfim, adquirida a personalidade jurídica de direito privado, a igreja poderá praticar uma série de atos e contratos necessários ao seu funcionamento. Poderá obter junto a Receita Federal a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, abrir e movimentar conta bancária, celebrar contrato de locação ou de compra e venda de imóvel, requerer isenção do IPTU, além de vários outros afetos a boa administração eclesiástica. Tudo em nome do ente jurídico intitulado organização religiosa.

Modelo de Estatuto:
http://contabilidadereligiosa.blogspot.com.br/2014/02/modelo-de-estatuto-social-para-igreja.html

Fonte: Adiel Teófilo - http://adielteofilo.blogspot.com.br/2012/11/a-igreja-dentro-da-lei-elaboracao-de.html

terça-feira, 29 de março de 2016

QUAIS AS TRÊS FORMAS DE GOVERNO EXISTENTES?

OS MODELOS DE GOVERNO ECLESIÁSTICO, SUAS VANTAGENS E DIFICULDADES PRÁTICAS

Sinteticamente podemos dizer que existem três formas de Governo Eclesiástico. Provavelmente sua igreja é governada por uma delas. São elas: 

a)   a) Episcopal: Essa forma de governo é caracterizada por ter um "Líder Maior", geralmente chamado de Epíscopo, Papa, Bispo, Pastor Presidente e até Apóstolo, que governa todos os outros líderes e demais membros da igreja. É ele quem toma todas as decisões. Ou seja, “Um” governa a “Todos” (Igreja Episcopal, Universal, Católica, Assembléia de Deus e a maioria das igreja neopentecostais);

b)     b) Congregacional – A principal característica dessa forma de governo eclesiástico é a participação de toda a congregação na  tomada de decisões. Nada é decidido sem que antes tenha a aprovação da Assembléia de membros da igreja.  Ou seja, "Todos" governam (Igreja Batista, Congregacional etc.);        

  c) Presbiterial ou representativo – Nesse Regime de governo "Alguns" são eleitos para governar a "Todos" (Igreja Presbiteriana).

Cremos ser a última forma de governo eclesiástico (letra c) a  que mais se aproxima do modelo bíblico. É o governo do povo por meio de representantes por ele escolhido; um governo republicano. Calvino, em sua interpretação das Escrituras sobre esse assunto, considera também ser o governo representativo aquele que  foi ensinado pelos apóstolos para a organização da Igreja de Cristo. Na Bíblia, podemos encontrar facilmente os princípios norteadores e constituintes dessa forma de governo eclesiástico: Atos. 11: 30; 14: 23; 15: 2, 4, 6, 22; Tito 1: 5.

Apesar do exposto acima, nossa intenção é demonstrar, de forma prática, despretensiosa  e sem a (talvez) necessária preocupação hermenêutica, os pontos positivos e negativos de cada forma de governo eclesiástico. Contudo, principalmente em relação à forma de governo que entendemos ser a mais aproximada do modelo bíblico, os pontos negativos, não estão, necessariamente, relacionados à falhas do próprio sistema de governo e sim daqueles que o adotam. Mas que elas existem, existem. Comecemos na mesma ordem:

Governo Episcopal:

Pontos positivos:   Esse talvez seja  o modelo de governo que dê mais agilidade à igreja. Tudo só depende da aprovação de uma pessoa. Por exemplo: a reforma do prédio do departamento infantil da igreja. O Epíscopo decide fazer, quem vai fazer e o que vai ser feito. Tudo é resolvido de forma rápida e ágil. A igreja é muito beneficiada neste sentido. Os casos de disciplina eclesiástica também são rapidamente resolvidos trazendo a devida ordem à comunidade.

Pontos negativos: É desnecessário dizer que a concentração de poder na mão de uma única pessoa é algo muito perigoso. Os erros desse Epíscopo podem desviar para sempre sua igreja e como não há uma autoridade superior ninguém pode impedir essa derrocada. As escolhas das prioridades, dos materiais e das pessoas a serem contratadas podem ter critérios não muito corretos, em caso de desvio de conduta pessoal do Epíscopo e não haverá ninguém para lhe dizer um basta. Nos casos de injustiças na aplicação da disciplina eclesiástica o membro da igreja ficará sempre prejudicado, não tendo a quem recorrer. Esse modelo também dá margem a perseguições de possíveis oponentes, ainda que esses estejam com a razão, bem como a beneficiamento e falta de disciplina para aliados. Todos esses problemas são decorrentes do poder absoluto que o Epíscopo ou líder tem.

Governo Congregacional:

Pontos positivos: Uma das principais vantagens dessa forma de governo eclesiástico é que ninguém pode reclamar por não ter sido consultado ou ainda ouvido. Todos os membros têm direito a voto e a opinar sobre os mais diversos da igreja. Usando o mesmo exemplo da a reforma do prédio do departamento infantil da igreja, todos podem opinar sobre a necessidade dessa reforma, sobre as pessoas a serem contratadas e até sobre o material a ser utilizado. Ninguém pode dizer depois que não sabia ou que não foi ouvido. Isso acaba diminuindo bastante o grau de insatisfação da cumunidade.

Pontos negativos: Em qualquer igreja há pessoas maduras e pessoas imaturas. Essa é uma das maiores dificuldades desse regime de governo eclesiástico. Num caso de disciplina eclesiástica, por exemplo, além do constrangimento do membro faltoso ser apresentado diante de toda a congregação, ainda corre gravíssimo risco de ter sua situação emocional e espiritual agravada por conta das perguntas e das abordagens dos possíveis desafetos e dos membros que ainda não sabem lhe dar com esse tipo de situação. É algo realmente extremamente constrangedor. A morosidade na tomada de decisão também é um fator complicador, tendo em vista que depende da quantidade de membros presentes e da votação da maioria para aprovar um projeto. Diante disso, muitas igrejas Batistas, por exemplo, estão assumindo uma prática que descaracteriza por completo o regime congregacional: estão criando uma espécie de conselho para tratar de alguns assuntos antes mesmo de ser levado à assembléia dos membros, não sendo raras as vezes quando chegam com a decisão tomada esperando apenas a aprovação de todos.

Governo Presbiterial ou Representativo:

Pontos positivos: Esse regime de governo eclesiástico está tanto livre dos perigos que se apresentam quando o poder está concentrado nas mãos apenas de uma pessoa quanto da participação e decisão de pessoas imaturas que ainda não estão em condições de traças os rumos da igreja. Ele pressupõe que os homens  mais preparados da igreja são eleitos por todos os membros, em assembléia extraordinária, para governá-la. A igreja é autônoma e livre para escolher seus representantes, baseada nas condições pré-estabelecidas na bíblia para a ordenação de um presbítero. O conselho da igreja, em casos de disciplina eclesiástica, via de regras, tem condições de tratar o faltoso e aplicar-lhe a pena necessária para trazê-lo de volta aos caminhos da palavra de Deus. Em caso de disciplina aplicada fora dos preceitos bíblicos ou ainda por alguma espécie de perseguição, o membro que se sentir prejudicado poderá apelar para o "tribunal eclesiástico" imediatamente superior (geralmente são três instâncias superiores de apelação). Isso diminui bastante a possibilidade das injustiças e erros.

Pontos negativos: Como a congregação não participa das decisões de forma ativa, isso acaba dando margem para críticas às decisões do conselho.Outro ponto negativo é a morosidade com que os processos se desenrolam. Utilizando o mesmo exemplo da reforma do prédio do departamento infantil da igreja, uma obra que poderia ser relativamente rápida pode durar duas ou três vezes mais tempo para ser concluída. Começando pela discussão de como será feita a obra, os materiais utilizados e quem vai executá-la até a disposição da verba para a realização dos projetos. Em muitas vezes decisões como essas não saem antes de duas ou três reuniões do conselho.  A própria dificuldade de reunião dos presbíteros atrasa muitos processos necessários ao bom andamento da igreja. Os presbíteros não são obreiros exclusivos da igreja, todos têm seus trabalhos seculares, famílias e dificuldades particulares. Além disso, o pastor, que é também é um presbítero (docente) e que, geralmente, se dedica em tempo integral à igreja (pelo menos deveria),  não pode tomar decisões sozinho. Basta faltar um número considerável de presbíteros (geralmente cada igreja possui de 02 a 10 presbíteros) para a reunião não acontecer. Isso gera muito atraso nos projetos da igreja, dando, muitas vezes, uma impressão de desgoverno e abandono da igreja, uma vez que somente esses presbíteros podem decidir os rumos a serem tomados e não o fazem, muitas vezes, com a agilidade necessária.

Outra dificuldade prática desse sistema de governo é que nem sempre são eleitos presbíteros homens conhecedores da palavra e das doutrinas basilares ensinadas pela Igreja Presbiteriana. Geralmente são oficiais leigos, isto é, sem formação teológica alguma. Mas esse não é o maior problema. Isso não impediria desse oficial estudar e conhecer a bíblia e as principais sistematizações doutrinárias de sua igreja, como, aliás, muitos fazem. Outros tantos, porém, não se interessam pelo estudo doutrinário, assumindo a postura do senso comem que afirma ser "importante a bíblia e não teologia", esquecendo que qualquer afirmação acerca da bíblia é, necessariamente, uma interpretação teológica. Por conta disso, muitas igrejas Presbiterianas locais acabam se descaracterizando, e, com isso, tornando-se mais parecidas com muitas igrejas neorenovadas e neopentecostais que com uma genuína igreja Presbiteriana, propriamente dita. Além disso, essa falta de conhecimento dos presbíteros torna esses oficiais presas fáceis para pastores que parecem ter vocação para o governo episcopal e simpatia por práticas neopentecostais. Muitas desses pastores acabam manipulando os presbíteros, não raras as vezes, em benefício próprio. Não é interessante, para muitos pastores, a presença no conselho de presbíteros conhecedores da bíblia, dos símbolos de fé e da constituição da igreja. Por conta disso, o governo presbiteriano, de algumas igrejas locais, fica extremamente prejudicado, estando mais próximo a um governo episcopal,  onde tudo é decidido pelo pastor, que presbiterial. Outras vezes, para fugir das possíveis críticas, alguns conselhos, por pura falta de conhecimento, acabam levando assuntos que seriam de sua exclusiva competência, para a igreja, em assembléia, se pronunciar e até votar decidindo sobre o fato, igualmente descaracterizando o sistema de governo representativo.

terça-feira, 22 de março de 2016

Como equilibrar deixar pai e mãe e se unir ao cônjuge com honrar os seus pais?

Pergunta: "Como equilibrar deixar pai e mãe e se unir ao cônjuge com honrar os seus pais?"

Resposta: Ambos os pais cristãos e seus filhos casados podem ter dificuldade em equilibrar o conceito de "deixar e unir-se" com honrar os pais. Algumas passagens bíblicas pertinentes:

"Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo" (Efésios 6:1).

"Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá" (Êxodo 20:12).

"Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:24).

Há três aspectos para a afirmação de Gênesis 2:24: 1. Deixar - Isso indica que em uma família há dois tipos de relacionamentos. A relação pai-filho é temporária e haverá um "sair". O relacionamento entre marido e mulher é permanente - "o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mateus 19:6). Problemas ocorrem na vida familiar quando estes dois papéis são invertidos e a relação pai-filho é tratada como o relacionamento primário. Quando um filho adulto se casou e esta relação pai-filho permanece primária, a união recém-formada é ameaçada.

2. Unir - a palavra hebraica traduzida como "unir-se" refere-se a (1) perseguir outra pessoa firmemente e (2) colar-se ou prender-se a algo/alguém. Assim, um homem deve perseguir firmemente a sua esposa depois de se casarem (o namoro não deve terminar com os votos de casamento) e deve "estar preso a ela como cola." Esta união indica tal proximidade que não deve haver nenhuma outra relação mais próxima do que entre os dois cônjuges, nem mesmo com qualquer velho amigo ou pai e mãe.

3. E eles serão uma só carne – O casamento toma duas pessoas e cria uma nova entidade singular. Deve haver um íntimo compartilhamento e união em todos os aspectos (físicos, emocionais, intelectuais, financeiros, sociais), ao ponto que a unidade resultante pode ser mais bem descrita como "uma só carne." Mais uma vez, quando há um maior compartilhamento e apoio emocional da relação pai-filho do que da relação marido-mulher, a unidade dentro do casamento está sendo ameaçada, resultando em um desequilíbrio antibíblico.

Com estes três aspectos de Gênesis 2:24 em mente, há também as admoestações bíblicas para honrar os pais. Isto inclui tratá-los com uma atitude respeitosa (Provérbios 30:11, 17), obedecer-lhes quando seus comandos estão em consonância com as leis de Deus ("no Senhor" Efésios 6:1), e cuidar deles ao envelhecerem (Marcos 7:10-12; 1 Timóteo 5:4-8).

Quando a intromissão de um dos pais impede esse "deixar" porque trata a relação pai-filho como primária (obediência exigente, dependência ou unidade emocional acima dos desejos do cônjuge), essa intromissão deve ser respeitosamente rejeitada e os desejos do cônjuge honrados. No entanto, quando há necessidades genuínas do pai ou mãe idoso (sejam físicas ou emocionais, supondo-se que a “necessidade” emocional não substitua o princípio de "deixar"), essas necessidades devem ser satisfeitas, mesmo se o cônjuge não "gostar" do sogro ou sogra. O amor bíblico pelos pais idosos é dado com base na escolha de fazer a coisa amorosa, mesmo quando não se tem vontade de fazê-la.

O equilíbrio entre os mandatos bíblicos de "deixar" e "unir-se" é semelhante ao equilíbrio entre o comando para obedecer à autoridade (Romanos 13) e a violação dos apóstolos desse princípio quando as autoridades exigiram que agissem contrariamente aos mandatos de Deus. Em Atos 4:5-20, os apóstolos rejeitam a ordem das autoridades judaicas para que parassem de pregar o evangelho e, ao invés, escolhem obedecer a Deus, mas os apóstolos fizeram isso de uma maneira respeitosa. Da mesma forma, Jesus diz que devemos honrar nossos pais, mas que a relação pai-filho é secundária à nossa relação com Cristo (Lucas 14:26). Quando os pais violam os princípios de Gênesis 2:24, eles devem ser respeitosamente desobedecidos. No entanto, os desejos do cônjuge devem ser deixados de lado se ele/ela não estiver disposto(a) a gastar o tempo, energia e finanças necessárias para atender às necessidades dos pais idosos; ao mesmo tempo, é importante ter em mente que é preciso distinguir entre as verdadeiras necessidades físicas e emocionais das demandas de um pai ou mãe autoritário (a).

quarta-feira, 16 de março de 2016

ORIGEM DOS SAMARITANOS

Quem eram os samaritanos?

Os samaritanos ocupavam o país que anteriormente pertencia à tribo de Efraim e à meia-tribo de Manassés. A capital do país era Samaria, anteriormente uma cidade grande e esplêndida. Quando as dez tribos foram levadas em cativeiro para a Assíria, o rei de lá enviou pessoas de Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim para habitar Samaria (2 Reis 17:24; Esdras 4:2-11). Esses estrangeiros casaram-se com a população israelita que ainda estava dentro e em torno de Samaria. Estes "samaritanos" de primeira adoravam os ídolos de suas próprias nações, mas por terem tido que lidar com leões, pensaram que era porque não tinham honrado o Deus daquele território. Um sacerdote judeu foi, portanto, enviado de Assíria para instruí-los na religião judaica. Eles foram instruídos com base nos livros de Moisés, mas ainda mantiveram muitos dos seus costumes idólatras. Os samaritanos adotaram uma religião que era uma mistura do Judaísmo e idolatria (2 Reis 17: 26-28). Porque os habitantes israelitas de Samaria casaram-se com estrangeiros e adotaram a sua religião idólatra, os samaritanos eram geralmente considerado "meia-raças" e eram universalmente desprezados pelos judeus.

Motivos adicionais de animosidade entre os israelitas e os samaritanos foram os seguintes:

1. Os judeus, após o seu retorno da Babilônia, começaram a reconstruir o seu templo. Enquanto Neemias estava envolvido na construção dos muros de Jerusalém, os samaritanos vigorosamente tentaram atrapalhar esse empreendimento (Neemias 6: 1-14).

2. Os samaritanos construíram para si mesmo um templo no "monte Garizim," o qual os samaritanos insistiram que foi designado por Moisés como o lugar onde a nação deve adorar. Sambalate, o líder dos samaritanos, estabeleceu seu genro, Manassés, como sumo sacerdote. A religião idólatra dos samaritanos foi assim perpetuada.

3. Samaria tornou-se um lugar de refúgio para todos os foragidos da Judeia (Josué 20: 7; 21:21). Os samaritanos de bom grado receberam criminosos e refugiados judeus. Os infratores das leis judaicas e aqueles que tinham sido excomungados encontraram segurança para si próprios em Samaria, aumentando o ódio que existia entre as duas nações.

4. Os samaritanos aceitavam apenas os cinco livros de Moisés e rejeitaram os escritos dos profetas e todas as tradições judaicas.

Essas causas deram origem a uma diferença irreconciliável entre eles, de modo que os judeus consideravam os samaritanos como os piores da raça humana (João 8:48) e não tinham quaisquer interações com eles (João 4:9). Apesar do ódio entre os judeus e os samaritanos, Jesus quebrou as barreiras entre eles, pregando o evangelho da paz para os samaritanos (João 4: 6-26); os apóstolos mais tarde seguiram o Seu exemplo (Atos 8:25) .

quinta-feira, 3 de março de 2016

A IMPORTÂNCIA DA HOMILÉTICA

HOMILÉTICA

[a arte de preparar e pregar sermões]

DEFINIÇÃO DO TERMO

O termo Homilética é derivado do Grego "HOMILOS" o que significa, multidão assembleia do povo, derivando assim outro termo, "HOMILIA" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar.

O termo Grego "HOMILIA" significa um discurso com a finalidade de Convencer e agradar. Portanto, Homilética significa "A arte de pregar".

A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século 17 passou a ser chamada de Homilética.

Vejamos algumas definições que envolve essa matéria:

Discurso - Conjunto de frases ordenada faladas em público.

Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão.

Oratória - Arte de falar ao público.

Pregação - Ato de pregar, sermão, ato de anunciar uma notícia.

Retórica - Conjunto de regras relativas a eloquência; arte de falar bem.

Sermão - Discurso cristão falado no púlpito.

FINALIDADE

O estudo da Homilética abrange tudo o que tem a ver com a pregação e apresentação de práticas religiosas: como preparar e apresentar sermões de maneira mais eficaz.

IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA

Sendo a HOMILÉTICA a "Arte de Pregar", deve ser considerada a mais nobre tarefa existente na terra. O próprio Jesus Cristo em Lucas 16 : 16 disse: Ide pregai o evangelho...

Quando a Homilética é observada e aplicada, proporciona-se ao ouvinte uma melhor compreensão do texto.

A observação da Homilética traz orientação ao orador.

A ELOQUÊNCIA

ELOQUÊNCIA é um termo derivado Latim Eloquentia que significa: Elegância no falar, Falar bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a soma das qualidades do pregador.

Não é gritaria, pularia ou pancadaria no púlpito. A elocução é o meio mais comum para a comunicação; portanto deve observar o seguinte:

1. Voz - A voz, é o principal aspecto de um discurso.

Audível Todos possam ouvir.

Entendível Todos possam entender. Pronunciar claramente as palavras. Leitura incorreta, não observa as pontuações e acentuações.

2. Vocabulário - Quantidade de palavras que conhecemos.

Fácil de falar - comum a todos, de fácil compreensão - saber o significado

Evitar as gírias, Linguagem incorreta, Ilustrações impróprias.

ALGUMAS REGRAS DE ELOQUÊNCIA

- Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto.

- Conhecimento do publico ouvinte.

- Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes.

- Seriedade pois o orador não é um animador de platéia.

- Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse.

- Utilizar uma linguagem bíblica.

- Evitar usar o pronome EU e sim o pronome NÓS.

A POSTURA DO ORADOR

É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito ou tribuna. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposição.

A fisionomia é muito importe pois transmite os nossos sentimentos, Vejamos :

- Ficar em posição de nobre atitude.

- Olhar para os ouvintes.

- Não demonstrar rigidez e nervosismo.

- Evitar exageros nos gestos.

- Não demonstrar indisposição.

- Evitar as leituras prolongadas.

- Sempre preocupado com a indumentária. ( Cores, Gravata, Meias )

- Cabelos penteados melhora muito a aparência.

- O assentar também é muito importante.

Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber alguma coisa boa da parte de Deus através de você.

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SERMÃO

O sermão é caracterizado como um bom sermão não pela sua extensão e nem mesmo pelas virtudes do pregador, sejam intelectuais ou morais, mas pelas qualidade do sermão:

1. UNÇÃO

Todo sermão deve ter inspiração divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma excelente estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação.

Devemos lembrar que ao transmitir um sermão estamos não estamos transmitindo conhecimento humano mas a Palavra de Deus e esta é a única que penetra até a divisão da Alma e Espírito, portanto é fundamental a unção.

2. FIDELIDADE TEXTUAL

Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência ou ao tema escolhido. Há muitos pregadores que tomam um texto como referência e depois esquecem dele.

3. UNIDADE

Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um único alvo.

"Há sermões que são uma colcha de retalho, uma verdadeira miscelânea de assuntos, idéias e ensinos".

4. FINAL

Tudo tem um começo e um final. O Pregador deve ter em mente que o ouvinte está se alimentando espiritualmente.

Um sermão bem terminado será muito produtivo ao ponto de despertar o desejo de querer ouvir mais.

RECOLHENDO MATERIAL

Quase toda pesquisa serve como base para sermões. Todavia, é verdade incontestável que, quanto mais instrução tem uma pessoa, tanto mais condições terá para preparar e apresentar sermões.

Toda pessoa que deseja ocupar-se na obra do Senhor, e especialmente falar diante do público, deve formar paulatinamente uma biblioteca segundo suas capacidades mentais e financeiras.

Os quatro primeiros livros a serem adquiridos e que dever servir como base da sua biblioteca são: Bíblia de estudo; Dicionário bíblico; Concordância; Um comentário bíblico. Depois pode ir adquirindo outros, de acordo com as necessidades.

COMO PREPARAR UM SERMÃO

 1. DESCOBRIR O PENSAMENTO CENTRAL

O pensamento central é a mensagem, ou seja, é o Tema. Sempre procurar definir o tema no sentido positivo. Será que existe Deus ? é um tema indesejado pois suscitam mais dúvida do que fé. Como ser curado ? é um tema sugestivo pois fortifica a fé.

Em alguns casos o pregador fala o título (Tema ) da pregação outras vezes não é necessário porém no esboço é aconselhável colocar.

O orador deve ser um homem de Deus e que possui a mensagem de Deus e esta deve ter com fonte as Sagradas Escrituras.

O Título pode ser:

Imperativo Quando sugere uma ordem. ( Ide Marcos 16:15 )

Interrogativo Quando sugere uma pergunta. (Que farei de Jesus? Mt.27:22)

Enfático Quando é reduzido. ( Amor, Fé )

A mensagem pode Ter várias origens :

Através da leitura da Bíblia.

A Bíblia contém argumentos, respostas, exemplos, e ensinamentos para todos os seres humanos.

Cristo usou a Palavra de Deus ( Bíblia ) para combater a Satanás. A Palavra de Deus é a primeira fonte do pregador. Como fonte de inspiração para nossos sermões devemos observar os recursos internos e os externos.

As literaturas religiosas e não religiosas.

Todas as literaturas podem ser fontes de inspiração para o pregador desde que esteja sob a orientação do Espírito Santo.

As fontes podem ser: jornais, revistas etc. Os livros religiosos são boas fontes de inspiração pois constitui também na Palavra de Deus.

Em uma observação.

É uma rica fonte de inspiração, desde que o pregador esteja atento, pois Deus pode transmitir uma mensagem de várias maneiras.

Mateus 6:28 E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; o pregador deve observar : Rios, pedras , árvores, animais, etc.

Através da oração;

Na letra de um hino;

Em obras literárias (religiosa ou não ).

2. PREPARAR A INTRODUÇÃO

É o início da pregação.

O ideal é que a introdução seja algo que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para o restante da mensagem.

Pode até começar com uma ilustração, um relato interessante, porém sempre ligado ao tema do sermão.

Um outro recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório, cuja resposta será dada pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta interessante, a atenção do povo esta garantida até o final do sermão.

A introdução produz a primeira impressão aos ouvintes e esta deve ser boa.

Não é aconselhável ultrapassar os cinco minutos.

Nunca ( em hipótese alguma ) dizer que não está preparado ou foi surpreendido.

3. ESCOLHA DO TEXTO

É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão porém adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:

Textos longo Cansam os ouvintes. ( Salmo 119 )

Textos obscuro Causam polêmicas no auditório. ( I Cor. 11:10 Véu)

Textos difíceis Os ouvintes não entendem. ( Ef. 1:3 Predestinação )

Textos duvidosos " E Deus não ouve pecadores" ( João 9:31 )

Texto é importante porque ?

- O texto chama a atenção dos ouvintes.

- O texto desperta o interesse em conhecer a Palavra de Deus.

- O texto ajuda na exposição do sermão.

- O texto facilita ao ouvinte entender o assunto exposto.

Devemos escolher o texto em toda a Bíblia e não somente no Novo Testamento.

4. ESCOLHER O MÉTODO APROPRIADO

De posse do pensamento central e o texto escolhido, deve-se determinar o método a ser utilizado. Existem muitos textos e temas que permitem a escolha de qualquer um dos métodos, porém há temas que não permitem.

CLASSIFICAÇÃO DO SERMÃO

O sermão é classificado por duas formas, a saber : pelo assunto ou pelo método, podendo ser discursivo ou expositivo.

1. Pelo assunto

- Doutrinário. É aquele que expõe uma doutrina. ( Ensinamento )

- Histórico. É aquele que narra uma história.

- Ocasional. É aquele destinados a ocasiões especiais.

- Apologético. Tem a finalidade de fazer apologia. ( defender )

- Ético. É quando exalta a conduta e a vida moral e ética.

- Narrativo Quando narra um fato, um milagre.

- Controvérsia tem por finalidade atacar erros e heresias.

2. Pela método

- Topical ou Temático.

É aquele onde a divisão faz-se pelo tema. Todas as divisões devem derivar do tema.

A melhor forma é fazer perguntas ao tema escolhido, tais como: Por que? Como? Quando? O Que? Onde?

- Textual.

São aqueles onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo a passo a exposição do sermão.

- Expositivo.

Quando os textos são longos. Este pode expor uma história ou uma doutrina. ( Parábola, Milagre, Peregrinação, Pecado)

Em certo sentido todo sermão é expositivo, mas aqui indica a extensão do texto.

DIVISÃO DO SERMÃO

O Sermão deve possuir divisões, que permitem um bom aproveitamento do assunto que vai ser apresentado:

1. Introdução ( Exórdio )

Tem por finalidade chamar a atenção dos ouvintes para o assunto que vai ser apresentado e também para o pregador.

Tem que ser apropriado e deve estar relacionado com o tema, mas cuidado para não antecipar o sermão.

Neste momento o pregador vai se familiarizar com o auditório, cuidado especial teve ser tomado quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.

Deve ser breve, é muito importante pois é a primeira impressão produzida nos ouvintes. Pode conter : o anúncio do tema, texto a ser lido.

2. Texto

É trecho lido pelo orador, podendo ser um capítulo, uma história, uma frase ou até mesmo uma palavra.

Quando o texto é bem escolhido o pregador desperta nos ouvintes o desejo de conhecer mais a Palavra de Deus. Não devemos escolher textos proferidos por homens ímpios ou por Satanás. Escolha textos que tragam estímulo, lição etc. Evite textos que provoquem repugnância, gracejos ou que descrevem cenas da vida sexual.

3. O corpo

É a parte mais linda porque aqui se revela a Mensagem como Deus que dar.

É o mesmo que desenvolvimento do sermão.

O corpo é a seqüência das divisões do sermão e pode ter de 2 a 5 divisões (quanto mais divisões mais complexo ficará o sermão) e ainda conter subdivisões.

Deve chamar à consciência dos ouvinte para colocar em prática os argumentos expostos.

O pregador deve saber colocar em ordem as divisões ou seja os pontos que vão ser incluídos na mensagem; geralmente, convém ordenar os pontos a fim de que aumentem em força até terminar com o mais forte.

Esta é uma regra geral que pode ser aplicada a todos os pontos de ensinamento.

4. Conclusão

A conclusão é o fechamento do sermão e deve ser bem feita, um sermão com encerramento abrupto é desaconselhável.

A conclusão deve ser breve e objetiva. É um resumo do sermão, uma recapitulação e reafirmação dos argumentos apresentados.

Durante a conclusão pode efetuar um convite de acordo com a mensagem transmitida.

ILUSTRAÇÃO

A ilustração ajuda na exposição tornando claro e evidente as verdades da Palavra de Deus.

A ilustração atrai a atenção, quebrando assim a monotonia, e faz com que a mensagem seja gravada nos corações com mais facilidade.

As ilustrações também ajuda na ornamentação do sermão tornando-o mais atraente, porém o pregador deve ter o cuidado de não ficar o tempo todo contando "histórias".

Vamos comparar dois pregadores que estarão explicando o que é Ter fé.

Primeiro Pregador.

Ter fé é uma atitude da mente, da vontade, das emoções, em que todo o ser humano, conscientemente e inconscientemente, resolve comportar-se de acordo com certas verdades, percebidas primeiramente pela mente, depois sentidas...

Segundo Pregador.

Um homem está se afogando. Ele grita desesperadamente e de repente vê a bóia que alguém lhe jogou. Com toda a força a agarra. Imediatamente se apóia nela. Está salvo! Isso é Ter fé.

Existem basicamente dois tipos de ilustrações.

Comparação da verdade que se deseja ilustrar com outra coisa ou situação bem conhecida, que seja semelhante, ex. " Eu sou o pão da vida ".

Caso concreto da idéia geral que se quer ilustrar, ex. " Paciência de Jó ".

APLICAÇÃO

É a arte de persuadir e induzir os ouvintes a entender e colocar em prática em sua vida. Pode ser feita ao final de cada divisão ou de acordo com a oportunidade.

Deve ser dirigida a todos, com muito entusiasmo apelando à consciência e aos sentimentos dos ouvintes

ENTREGANDO O SERMÃO

Para os que não estão acostumados a pregar, um dos problemas mais críticos é o nervosismo, sentem-se amedrontados, começam a tremer e transpirar, pensam que não vão achar o que dizer, ou vão esquecer-se e etc.

Não são apenas os novatos que sentem medo, ainda existem muitos com experiência que se sentem assim.

Apresentaremos 3 passos importante que o pregador deve dar para amenizar o nervosismo durante a pregação:

1. Respirar forte e relaxar,

2. Orar e crer no Senhor,

3. Estudar bem a mensagem.

Existem pregadores que cansam os ouvintes, pelo tempo, pelo despreparo ou até pela imprudência.

Há também aqueles que se movimentam como fantoches ou ficam estáticos como múmias.

Se puder não ultrapasse aos 45 minutos, procure evitar ultrapassar os limites, observe o auditório, não julgue que todos estão gostando pois o "Amém, Amém" talvez seja para parar.

Procure olhar nos olhos das pessoas e nunca ficar olhando somente para uma única pessoa, nem mesmo para o relógio, parede, janelas, pés, teto ou ficar com os olhos fechados.

MÉTODO DE PREPARAR E PREGAR SERMÕES

Existem três métodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar:

1- Escrever e ler o sermão

Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança.

Conserva melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito nervoso e preocupado com vai falar.

Pode citar os textos bíblicos com bastante precisão, e gasta menos tempo em dizer o que tem a transmitir.

O pregador deve ter cuidado pois este método traz alguma desvantagem tais como:

Muito tempo para escrever, fica preso a leitura e pode perder o contato com os ouvintes, não é simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione.

2- Escrever, decorar e recitar o sermão

Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais natural.

Cuidado deve ser tomado pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito.

3- Preparar um esboço e pregar

O pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o pensamento e fica-se livre para gesticular.

O pregador fica livre para usar sua imaginação, criatividade e usar ilustrações que se lembrar no momento, também pode expandir seu temperamento emocional.

Este é o método mais utilizado na oratória.

Cuidados também devem ser tomados pois o pregador perde o hábito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo não é tão apurado e elegante como os escrito.

ESTUDO BÍBLICO

Consistem os estudos bíblicos em escolher uma idéia central e depois, através da Bíblia, fazer um estudo das passagens que se relacionam com a idéia central. Para se conseguir isso, geralmente se necessita de uma concordância.

O segundo passo é escolher e determinar os pensamentos que vão ser usado como divisões do tema.

Depois escolher, dentre os muitos textos relacionados com o assunto, quais vão ser usados no desenvolvimento da exposição.

Geralmente se usa um ou dois textos, dos mais importantes e claros, no desenvolvimento de cada divisão.

Para desenvolver de maneira contínua a mensagem, e não ter que parar para procurar as passagens na Bíblia, convém copiá-las no esboço.

Essa forma de exposição tem muito valor, porque apresenta o ensinamento global da Bíblia referente a um assunto, e é fácil de se desenvolver.

PREPARANDO SERMÕES

1. Sermão Topical ou Temático.

Como já estudamos, o sermão Topical é aquele cuja as divisões e derivada do Tema. Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão Topical é a utilização das perguntas básicas ?

Porque ? Quando ? Como ? Onde? O que ?

Confissão

I João 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

I - O que devemos confessar ?

A ) Nossos pecados

B ) O Nome de Jesus

C ) O poder de Deus

II - Como confessar ?

A ) Com sinceridade

B ) Com fé

III - Quando devemos confessar ?

A ) Agora mesmo

B ) Ao ouvir a Palavra de Deus

IV - Qual o resultado da confissão ?

A ) Paz

B ) Perdão

C ) Comunhão

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .

Tema: O Cristo que não muda

Texto: Hebreus 13:8 Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente.

I - O que não muda em Cristo ?

 

 

 

II - Por que não há mudança em Cristo ?

 

 

 

Desenvolver o sermão abaixo com o tema e texto definido, em grupo de 3 alunos

Tema : O Cristo Maravilhosos

Texto : Isaias 9:6 E o seu nome será Maravilhos.

2. Sermão Textual

Como já estudamos, o sermão textual é aquele cuja as divisões e derivada do texto.

Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento é utilizar as divisões do próprio texto.

A entrada

João 10:9 Eu sou a porta, se alguém entrar por mim, salvar-se-á

I - Eu sou a porta.

A ) Da Salvação

B ) Da felicidade

C ) Estreita

II - Se alguém entrar por Mim

A ) Não há acepção de pessoas

B ) A única entrada

III - Salvar-se-á

A ) Uma decisão própria

B ) Da perdição eterna

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .

A postura do cristão

Salmo 1:1 Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

I - Bem-aventurado

 

 

 

II - O varão que não anda segundo o conselho dos ímpios

 

 

 

III - Nem se detém no caminho dos pecadores

 

 

 

IV - Nem se assenta na roda dos escarnecedores

 

 

 

Desenvolver o sermão abaixo com o tema e texto definido, em grupo de 3 alunos

Tema : Olhar para Jesus

Texto: Hebreus 12:2 Olhando para Jesus, autor e consumador da fé...

3. Sermão Expositivo

Como já estudamos, o sermão expositivo é aquele cuja as divisões estão inseridas no fato narrado. Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão é a descrição do episódio.

O encontro com a vida

Lucas 7:11-17

I - A multidão que seguia a Jesus

A ) Pessoas desejosas

B ) Pessoas com esperanças

C ) Pessoas alegres

II - A multidão que seguia a viúva

A ) Pessoas entristecidas

B ) Pessoas sem esperanças

C ) Pessoas inconformadas

III - O encontro da vida com a morte

A ) A vida é uma autoridade

B ) A morte se curva ante a vida

IV - O resultado do encontro

A ) A ressurreição do jovem

B ) A alegria da multidão entristecida

C ) A edificação da multidão que seguia Jesus

D ) A conversão de muitos

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .

A mulher Samaritana

Texto: João 4:1-42

I - O encontro com a mulher

 

 

 

II - O diálogo

 

 

 

III - O testemunho da mulher

 

 

 

IV - O resultado do testemunho

 

 

 

Desenvolver o sermão abaixo com o tema e texto definido, em grupo de 3 alunos

Tema : A cura de Naamã

Texto : II Reis 5:1-14

Bibliografia

Homilética Prática

Thomas Hawkins

Jurp

Esboços Bíblicos

Adelson D. Santos

Manual para Pregadores

Equipe Sean

Vida Nova

Manual da Escola Dominical

Antonio Gilberto

CPAD

Dicionário de Teologia

Vida Nova

Bíblia Sagrada

Várias versões

Apontamentos de Aula