Porque é que a igreja não aceita uma posição um pouco mais aberta
com relação ao pluralismo religioso. Afinal das contas, todas as religiões não
são boas e verdadeiras?
Não é verdade que todas as religiões são boas. Não
historicamente nem logicamente. Não historicamente por que existem religiões
terríveis dentro da história da humanidade, religiões que matavam pessoas, que
faziam sacrifícios humanos. Então, é evidente que não se pode dizer que todas
as religiões são boas.
Porém, devemos compreender que há religiões que não
deveriam existir. Quais seriam essas religiões? As religiões que exatamente vão
contra a humanidade, que pregam o ódio, o terrorismo e que pregam todo o tipo
de sacrifico humano. Porque são religiões que desagregam e fazem o mal à
sociedade. Por isso, essas religiões não tem o direito de existir, elas são
religiões que vão contra o próprio princípio da dignidade do ser humano. Por
tanto, historicamente não é uma verdade de que todas as religiões são boas.
Uma religião que prega o Deus do amor como o
cristianismo, não está no mesmo nível de uma religião que oferece holocaustos
de pessoas para aplacar a irá de um deus sangrento. Simplesmente as coisas não
estão nestes termos. Historicamente existem religiões que são boas. Hoje, nos
Estados modernos que pregam a Liberdade Religiosa, nós podemos dizer que é
verdade e devemos reconhecer que é uma clausula pétrea da nossa Constituição
Federal.
Logicamente, não pode ser verdade que todas as religiões
sejam verdadeiras. O cristianismo tem por convicção que Jesus é o Filho de Deus
que se fez homem. Se isso é verdade, então, parte-se da premissa que o
protestantismo é diferente das outras religiões. Em comparação, a religião
muçulmana que diz que Maomé é profeta porém ele não é Deus que se fez homem, o
mesmo ocorre com a religião Budista onde o Buda é um ser iluminado mas não é
Deus que se fez homem. Confúcio também foi um importante líder religioso mas
não é Deus.
Nós cristãos cremos em algo bem específico, ou seja, Deus
entrou na história da humanidade, e Ele se fez de carne e nasceu em Belém, Ele
cresceu em Nazaré e morreu em Jerusalém. Porém, esse fato é bem especifico, bem
real e concreto. Então nós cristãos, nos colocamos diante de uma decisão. Por
exemplo: Existe uma encruzilhada e não tendo como seguir em frente, teremos que
decidir um dos dois lados para seguirmos.
Mas a questão do exemplo acima citado é a seguinte: ou
Jesus é Deus, e portanto, todas as outras religiões estão em um nível inferior
ao cristianismo, porque Deus se fez homem em Jesus Cristo no cristianismo e não
em nenhuma dessas outras religiões, ou então o cristianismo é um charlatanismo
de marca maior. Sendo assim, é inaceitável que esses cristãos continue
acreditando que aquele homem de Nazaré seja Deus que se fez carne. Porque é isso
que nós cristãos cremos verdadeiramente. Cremos que os universos, os astros e
as estrelas encontram sua razão de ser em Jesus, a razão da sua vida é Jesus, o
sentido da sua vida é Jesus. As arvores, as plantas, as nuvens, a estratosfera,
a lua, enfim todo o Planeta terra existe para Ele. Aquela criancinha frágil que
nasceu em Belém é a razão de ser de todo universo por que Ele é Deus.
Para Ele nós fomos feitos e isso quer dizer que eu não me
pertenço, Ele é o meu Senhor. Porque existe o senhorio de Cristo em nossas
vidas. Então, aqui nós estamos diante de uma encruzilhada, diante de uma
realidade que nos coloca em duas direções bem diferentes, bem distintas. Porque
até suportamos e nos conciliamos com as outras religiões, no seguinte sentido:
que as religiões Afro-brasileiras creem que existe uma força cósmica da
comunicação, que é Ogum, já os Romanos Antigos acreditam em uma força cósmica
de comunicação que é Mercúrio, já os Gregos, acreditam que essa força de
comunicação seja Hermes.
Portanto, notamos algo incomum entre todas as religiões.
Se costurarmos todas elas, no fundo estão todas dizendo a mesma coisa. Temos
como colocar grandes blocos religiosos em sintonia e em sintonia? Mas nenhum
destes blocos religiosos e em nenhuma destas religiões crê em um Deus histórico
feito homem que viveu historicamente. Quando nós cristãos no domingo ficamos de
pé no culto e dizemos: “padeceu sobre Poncio Pilatos”, nós estamos dizendo algo
bem especifico. Poncio Pilatos, personagem histórico, Governador Romano, em uma
data histórica real e concreta.
Jesus morreu na cruz debaixo de seu governo, ou seja, nós
estamos inserindo Jesus na história humana geral. Estamos alegando, que esse
fato é um mito e sim que é real e histórico. Então, nós não vemos e não podemos
crer nessa verdade de fé e ao mesmo tempo dizer que todas as religiões são
iguais. Não podemos dizer isto porque não faz sentido nenhum. Uma fato bem
diferente é nós começarmos a instigar o ódio nas outras pessoas. Claro, o que
estou propondo é que nós digamos claramente que a fé protestante é uma, e as
religiões não são todas iguais.
Nós cristãos, exatamente porque somos cristãos achamos
que estamos na verdade e exatamente porque cremos nessa verdade, nós à
pregamos. Porque é uma caridade para com as pessoas dizer a verdade. Seria uma
falta de caridade imensa nós termos a verdade, sabermos que Deus se fez homem e
escondermos esse segredo porque se agente contar pros outros essa verdade eles
vão ficar chateados e entenderão que a religião deles não são verdadeira. Nós
não queremos pregar o ódio, mas também não queremos pregar um relativismo.
Entretanto, o que podemos afirmar com relação a esta
realidade da pregação cristã. Nós cristãos, cremos que Jesus é o verdadeiro
Deus, verdadeiro Homem e que este Homem o Deus verdadeiro continua vivo na
história num corpo concreto chamado igreja cristã, essa igreja ela é Santa é o
corpo de Cristo e infelizmente ela tem membros pecadores que nem sempre fazem e
se comportam como deveriam.
No entanto, Jesus continua vivo na história e encarnado
através da igreja nos seus magistérios, nos seus sacramentos. Podemos dizer que
a igreja cristã é um mistério, quando abrimos os olhos e olhamos ao redor vemos
pecadores, mas também vemos tantos Santos, Sacramentos Santos, Sacerdócio Santo
e uma Palavra Santa. Assim vemos a Graça de Deus agindo porque o corpo de
Cristo é real e concreto na história. Essa é a nossa fé.
Por isso, nós não podemos achar as outras religiões são
iguais, porque as outras religiões, não são o corpo de Cristo na história da
humanidade, o corpo de Cristo é que redime a humanidade. Agora não estamos
pregando nenhuma guerra Santa, não estamos aqui iniciando uma espécie de
cruzada para degolar os infiéis que não creiam em nossa fé. Nós cristãos
sabemos desde a época dos mártires e das primeiras perseguições. Porque a fé
cristã não é algo pela qual nós queremos matar, mas na verdade a fé cristã é
algo pelo qual nós queremos morrer.
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