Google+ O MEU POVO PERECE POR FALTA DE CONHECIMENTO.

quinta-feira, 3 de abril de 2014



 O DÍZIMO E SUA DEFINIÇÃO.   



        O dízimo é um dos assuntos menos saborosos a um sem número de paladares. Todavia, é da vontade do Senhor que ele seja proclamado entusiasticamente. Muitas vezes, quer nos parecer que as exigências bíblicas são demasiadamente violentas para que as observe, mas o exame dos fatos tem provado precisamente o contrário: Deus nos pede somente o razoável, o que é possível.

        É nossa convicção que Deus, sendo justo e perfeito, não é capaz de exigir algo absurdo dos que o amam e o seguem. Disso temos provas sem conta.

        Quando, pois, topamos com os que se rebelam contra a prática bíblica do dízimo, taxando-o de intromissão da lei nas províncias da Graça, temos a impressão de estarmos falando a desajustados na comunidade cristã. Positivamente, é incompreensível tal espírito, uma vez que a matéria é bem clara nas Escrituras Sagradas, nossa única regra de fé e prática.

        Não se trata de levar a Igreja ao legalismo, mas de fazê-la consciente do seu dever. Vivemos, é verdade, no período da Graça, iniciado com o advento de nosso Senhor Jesus Cristo. Na Graça, entretanto, há ordem, e até existe uma lei que não apenas regula esta matéria da contribuição para o sustento da Causa. Como todas as relações humanas: a lei do amor.

        Essa Lei, cujo cumprimento é exigido de todos quantos estão na dispensação da Graça, não pode ser relegada para um plano inferior. Maior, mil vezes maior do que a lei é a Graça. Por isto mesmo, as manifestações desta terão que ser superiores às daquela. A Lei manda andar uma milha, a Graça propõe andar duas milhas; a Lei estende a mão a amigos, a Graça constrange o amor pelos inimigos. E como vale a pena ler o hino que Paulo, o apóstolo, lhe tece em 1 Co 13: realiza prodígios, vence os mais desafiadores obstáculos, obriga o homem a descer do seu exagerado pedestal ao nível dos pequeninos, para que possa subir às alturas de Deus; ensina aos que se embriagam nos fascínios das temporalidades que não devem ser uma exceção, que o egocentrismo é doutrina perigosa, que avilta e que amesquinha.

        Compreendamos bem: A estrada dos filhos de Deus é viver na fé daquele que a si mesmo se deu por nós, em resgate eterno. Foi pensando na grandeza do amor que o apóstolo Paulo dita à Igreja de Corinto, com vistas à cristandade em geral, de todos os tempos e lugares, a norma regularizadora da contribuição sistemática para a manutenção da obra: "conforme propôs no seu coração". Não apenas, o mínimo da lei, mas o máximo da Graça. A proporção na razão direta do amor. A quem muito se ama, muito se lhe dá. É regra, é experiência também.

        Certa feita, e como cabe bem aqui a história, Jesus observou como as ofertas eram deitadas ao gazofilácio, no templo: Impressionou-lhe a oferta de uma viúva pobre que tendo dado duas moedas apenas, todavia fizera a maior de todas as ofertas. Dera tudo quanto possuía. Ela não dera sobras como Ele disse, mas o próprio sustento de que carecia. O fato explica-se: Ela não frequentava a escola da Lei, mas era aluna da "Academia do Amor".

        Quem ama a Deus tem que provar, objetivamente, esse amor. Devemos fazê-lo do mesmo modo porque Ele provou amar-nos dando o seu Filho para morrer por nós, sofrendo a ignomínia da cruz. Além disso, o amor do crente para com Deus é dívida de gratidão. Ora, se o crente reluta em devolver o mínimo que a lei da Graça pede: o dízimo, como poderemos crer que haja nele amor? O amor não é egoísta, não pensa somente em si, nem é incapaz de renúncias. O dízimo é também, um desafio à fé. Quem faz o desafio é Deus e o faz prometendo abrir as janelas do céu e derramar bênçãos incontáveis, de tal maneira que se tornarão pequenos para contê-los os celeiros do servo fiel.

        A experiência pode ser evocada, nesta altura, para exemplo e estímulo. Henry Ford foi fiel na entrega de mais do que o dízimo ao Senhor e os resultados podem ser apreciados nos seus avultados lucros que, num crescimento constante, atingiram proporções agigantadas. Samuel Colgate, outro que mereceu o elogio de "servo bom e fiel", viu a maravilha dessa promessa comprida no aumento de suas enormes fábricas.

        Finalmente, a ilusão do dinheiro é muito grande. Tão grande que mereceu uma advertência de Jesus: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma?" Entesourar para si e morrer para Deus será, porventura aconselhável? Ou será melhor possuir tesouros onde a traça, a ferrugem, os ladrões nenhum dano lhes possam causar?

        Tão grande ainda é essa ilusão, que muitos cometem o desvario de endeusar o dinheiro, servindo-o, obedientemente, em seus caprichos. Não seja assim, entre os da família da fé. Antes sejamos prontos a dizer, - "não sou meu", "as coisas velhas já se passaram, eis que tudo se fez novo". Amém!

1. Definição. A palavra "dízimo" deriva-se dos termos hebraicos "Asar e Maaser" e do grego "dekáte", "décima parte". O dízimo é um tributo devido a Deus pelo homem, em sina! de dependência e reconhecimento pelo seu domínio. Trata-se da parte das rendas e aquisições, que o homem não é lícito usufruir, e que deve ser consagrada a Deus.

O costume é muito antigo e não é uma exclusividade da cultura hebraica.
Champlim afirma que "a prática existia entre os gregos, os romanos, os cartagineses e os árabes". No livro de I Macabeus, há a informação de que os judeus foram isentados pelo governo, durante a dominação dos selêucidas, de pagarem impostos e dízimos.

"Renunciamos também desde agora a outros direitos que nos pertenciam de dízimos e de tributos, renunciamos aos impostos das salinas e às coroas (de ouro) que nos eram devidas" (1Macabeus 11.35).

"Nessas culturas", declara Champlim, "tal como entre os hebreus, o dízimo fazia parte da piedade religiosa".

A Bíblia já nos revela esta tendência, de se relacionar o dízimo à devoção religiosa mesmo antes da cultura hebraica se estabelecer. Melquisedeque, rei e sacerdote do Deus altíssimo, recebeu de Abraão os dízimos dos despojos de guerra obtidos na vitória do patriarca sobre seus inimigos. Este relato confirma que o hábito de dizimar antecede à cultura do povo hebreu, pois Abraão era caldeu; da identidade de Melquisedeque, embora obscura, sabe-se que não era hebreu.

O fato é que, desde os tempos mais remotos, Deus reivindica o dízimo como seu.

"Todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao Senhor. Tocante a todas as dízimas..., o dízimo será santo ao Senhor" (Levíticos 27.30,32).

Observado por Abraão e mais tarde por Jacó em Betei, o dízimo foi incorporado pela Lei de Moisés à economia de Israel como meio de prover recursos para os serviços religiosos e o culto a Javé. No Novo Testamento, o dízimo foi avalizado pelo próprio Cristo: "Deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas" (Mt 23.23) declarou o Senhor.

        a) Por que a décima parte? É possível que a fração de uma décima parte tenha sido escolhida, pelo antigo hábito de se contar em unidade de dez. Todavia, o motivo exato de sua convenção é desconhecido. Um fator, entretanto, precisa ser considerado: o dízimo como norma de contribuição, coloca todo fiel em condição de igualdade. Todos, tanto ricos como pobres, contribuem com o mesmo "valor": a décima parte. Nem o pobre dá pouco, nem o rico muito. A contribuição é sempre proporcional ao rendimento do fiel.

Longe de ser uma forma de normatizar a contribuição pública para serviços religiosos ou mesmo, como opinião dos opositores do sistema de dízimos, uma estratégia para se obter fundos, o dízimo é parte de uma doutrina pouco ensinada, que chama o homem a assumir sua responsabilidade na administração das coisas que pertencem a Deus.

        b) A doutrina da Mordomia. A doutrina da mordomia começa a aflorar já no primeiro capítulo de Génesis, quando Deus manifesta sua intenção em delegar ao homem, ainda por criar, a responsabilidade de exercer o controle sobre as demais coisas criadas; "... e disse: Façamos o homem... e domine sobre..." (Gn 1.26). Criado o ser humano, Deus lhe transmitiu seu encargo; "E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que rasteja pela terra" (Gn 1-28), e juntamente com seu encargo, deu-lhes regalias, podiam usufruir "...de iodas as ervas que dão semente, .... e de todas as árvores em que há fruto e dê semente;" (Gn 1.29).

No segundo capítulo de Génesis, o propósito do Senhor se faz conhecer de modo mais efetivo pela incumbência dada ao ser humano. Este deveria zelar pela manutenção do jardim. Seria o mordomo da criação.

        "E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar" (Gn 2.15). O princípio está estabelecido. O ser humano administra o jardim e usufrui de seus bens: "De toda árvore do jardim comerás livre- mente". (Gn 1.26).

Para compreender melhor a doutrina da mordomia, precisamos saber do que trata. Como definição, diria que a doutrina da mordomia, é a coletânea de princípios que se aplicam à arte de bem administrar os bens de uma propriedade alheia. Em nosso caso, a Bíblia contém esta coletânea e chamamos de propriedades tudo o que existe, todas as coisas criadas, e de propriedade de Deus, o Criador. O possuidor do Céu e da Terra.

Walter K. schel afirma que o mordomo, "é pessoa a quem é entregue tudo quanto o Senhor possui para ser cuidado e desenvolvido. É aquele a quem o Senhor incumbe do governo daquilo que lhe é mais precioso... isso quer dizer não só terras, dinheiro, jóias e os bens materiais em geral, mas também o cuidado da esposa e dos filhos, a reputação do Senhor e até a própria vida".

É na dou trina da mordomia que se insere a doutrina do dízimo, que também começa a ser delineada no livro de Génesis, não só nas histórias de Abraão e Jacó onde sua forma está definida, mas já no segundo capítulo, como princípio. Sempre que a ideia de mordomia for evocada, a da restrição virá a tiracolo. Sendo assim, após dar ao ser humano suas atribuições e oferecer-lhes regalias, Deus lhes impõe uma proibição e pronuncia solene advertência:

        "Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres certamente morrerás" (Gn2.17).

        c) Exemplo clássico da Doutrina da Mordomia. A história de José, no Antigo Testamento, ilustra com eficiência a doutrina do dízimo. A Bíblia descreve como o jovem filho de Israel, exerceu a mordomia em plena harmonia com os preceitos que a norteiam. Desde muito jovem, já executava tarefas de grande responsabilidade e, como bom administrador, ganhara a confiança de seu pai. A posição alcançada diante de Jacó, produziu indignação em seus irmãos, cujos procedimentos lhes desabonavam, pois José, diz a Bíblia, "... trazia más notícias deles a seu pai" (Gn 37.2b). Estes conspiraram contra José e o venderam aos mercadores que o levaram ao Egito. Ao chegar no Egito, José foi adquirido por um oficial da guarda de Faraó, chamado Potifar. Como servo de Potifar, José se destacou por sua competência, diligência e fidelidade. Diz as Escrituras que "vendo, pois o seu senhor que o Senhor estava com ele, e que tudo que ele fazia o Senhor prosperava em sua mão... ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha" (Gn 39.3-4). O desempenho de José levara Potifar a promovê-lo a condição de seu mordomo, com amplo domínio sobre todos os seus bens. "E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia" (Gn 39.6).

        É inesquecível a capacidade administrativa de José que, somada a sua operosidade diligente constituíam os ingredientes de seu êxito. Todavia sua integridade deveria ser testada. A esposa de Potifar, atraída pela beleza física de José e aproveitando-se das circunstâncias, tentou seduzi-lo. Suas investidas, no entanto, ficaram encalhadas, na vigorosa moralidade do jovem mordomo. (Gn 8.9).

          Eis a doutrina da mordomia: José era o maior da casa. Tudo estava sob o seu controle: eis a doutrina do dízimo. Embora tudo estivesse sob seu controle, não estava autorizado a tocar na mulher de seu Senhor. José podia usufruir de todos os bens da casa que administrava, menos da esposa de seu Senhor. A administração, usufruto e restrição. Se o conceito de dízimo não aparece nesta história, os conceitos aqui citados formarão a estrutura basilar da doutrina do dízimo. Repito administração, usufruto e restrição, componentes básicos de nosso tema. Na mordomia, a responsabilidade e a fidelidade são requeridas. No usufruto a dependência e os privilégios são destacados, e na restrição, o respeito e a consideração são vindicados. Os princípios que constituem a prática do dízimo estão presentes na motivação de José ao resistir à investida da mulher de Potifar. São formas e substâncias diferentes, entretanto, a mesma essência moral. José não faria uso daquilo que pertencia a seu senhor e cujo "uso" lhe fora vedado. É como devemos mostrar o dízimo, despido de sua forma e cor e sem as características e fantasias que o homem lhe deu. O dízimo sob a luz da Bíblia, o dízimo como doutrina. O dízimo é um dos indicativos mais significativos da lealdade do crente a seu Senhor.



Nenhum comentário:

Postar um comentário