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domingo, 6 de abril de 2014

OS QUATROS PILARES DA EDUCAÇÃO 

RESUMO

As tendências da educação para o século XXI ganha força em todo o mundo a necessidade de formação de um cidadão solidário capaz de circular democraticamente no seio de diversas culturas em busca do que é humano e indispensável a todas as pessoas. 

O relatório Jacques Delors (2000), depois de muitas discussões chegou à conclusão de que pelo menos quatro fundamentos devem nortear a educação no século XXI. 
Os quatro pilares, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser caracterizam-se por contemplar questões cognitivas, assim como questões do relacionamento humano. 

Os dois primeiros pilares remetem a questões mais específicas sobre processo de produção de conhecimento, enquanto os outros encerram uma dimensão mais ligada a consciência e ao resgate do ser humano. 

Os quatro pilares devem estar presentes na política de melhoria da qualidade de educação, pois abrangem o ser em sua totalidade do cognitivo ao ético, do estético ao técnico, do imediato ao transcendente. A visão de totalidade da pessoa integra a moderna concepção de qualidade em educação. 

2-Os quatro pilares da educação 

2.1- Aprender a conhecer 

Não diz respeito apenas a formação de um repertório de conhecimentos, mas também ao domínio dos instrumentos que levam ao conhecimento. 

Pretende-se que o indivíduo aprenda a compreender a realidade, fator necessário para que possa viver dignamente, para se comunicar e também desenvolver capacidades profissionais. Aprender a conhecer também supõe ¨aprender a aprender que pode ser descrito pelo desenvolvimento de três áreas distintas: atenção, memória e pensamento. 

2.2- Aprender a fazer 

Está estreitamente ligado a questão da formação profissional. O relatório Delors esclarece que no século XXI não se concebe mais a possibilidade de criar ¨operários em massa, com funções limitada das para as quais não se exigia com ênfase o espirito crítico. 

Aprender a fazer se define como ter a capacidade de fazer escolhas, pensar criticamente e não confiar ou depender apenas de modelos existentes. 

2.3-Aprender a viver juntos 

Este é um dos grandes desafios da educação no século XXI. A história da humanidade está repleta de exemplos de grande desrespeito, preconceito, falta de harmonia e de tolerância entre os povos. O grande desafio é de estimular a competição a favor de que as diferenças sejam celebradas pela descoberta do outro e do trabalho em projetos com objetivos comuns. Para aprender a viver juntos é necessário conhecer o outro e desenvolver respeito por suas tradições. 

2.4- Aprender a ser 

O último dos quatro pilares nos leva a refletir sobre o papel da educação que é ao mesmo tempo um processo individualizado e também uma construção social. 
Segundo o relatório Delors (2000):

A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, espirito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo ser humano deve ser preparado especialmente graças a educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos para formular os seus próprios juízos de valor de modo a poder decidir por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. 

A interpretação de aprender a ser está ligada a autonomia. Não há receita pronta de como agir, mas a educação pode preparar o indivíduo para que o mesmo tenha liberdade de pensamento e saiba discernir e que seja responsável por suas escolhas, fazendo uso do que adquiriu na escola, na vida familiar e suas relações em geral. 
Concluindo, a educação no século XXI tem como desafio o desenvolvimento global do ser humano para que o mesmo aprenda a conhecer e se beneficie a máximo das oportunidades oferecidas, aprenda fazer por meio de uma prática profissional fundamentada na ética, aprenda viver junto respeitando diferenças e trabalhando em projetos comuns e por fim, aprenda a ser desenvolvendo a autonomia e também entendendo seu papel como agente transformador no mundo em que vive.


OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO 

Simone Martins Mattos 
Profª Íris Weiduschat 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Pedagogia (Ped5481) – Didática e Avaliação 
01/08/2008 

RESUMO 

Os quatro pilares da educação deveriam ser a meta para o desenvolvimento educacional, em países como o Brasil, que está procurando transformar a educação. A base desses pilares consiste em ‘Aprender’ a conhecer, a fazer, a viver com os outros, a ser. Percebe-se uma grande busca pelo conhecimento, pelo aprender a ensinar, mas acima de tudo, uma busca pelo conhecimento do ser enquanto pessoa, enquanto profissional, integrado e motivado a estabelecer um relacionamento melhor entre professor e aluno, criando assim, uma expectativa de transformação no ensino tão fragmentado e estagnado por velhas concepções ideológicas. Abre-se um novo horizonte, firmado na certeza que o diálogo é a base para uma nova educação, contextualizada em uma pedagogia autônoma e comprometida com a formação humana e social do educando 

Palavras-chave: Educação; Aprender; Conhecimento 

1 INTRODUÇÃO 

A educação deve transmitir saberes ao longo de toda a vida, e o educador é também o sujeito da produção do saber, mas deve ter claramente consigo que ensinar não é somente transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua construção. Segundo (MORAN 2008): 

O educador é especialista em conhecimento, em aprendizagem. Como especialista, espera-se que ao longo dos anos aprenda a ser um profissional equilibrado, experiente, evoluído; que construa sua identidade pacientemente, integrando o intelectual, o emocional, o ético, o pedagógico. 

Sendo assim, este trabalho tem por objetivo, apresentar uma nova concepção de educação, baseada nos quatro pilares do conhecimento de Delors que são: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser, oportunizando desta forma aos educadores um momento de reflexão, sobre sua pedagogia, sua profissão, sua satisfação pessoal no desempenho de seu papel mediante a sociedade. 

2 APRENDER A CONHECER 

A preocupação da educação não deve ser apenas com o conhecimento em si, mas em proporcionar aprendizagens de como adquirir esse conhecimento, para que ele possa ocorrer em qualquer situação ao longo da vida. O mundo está em constante transformação, as informações mudam em pouco tempo, o que precisamos é fazer com que os indivíduos adquiram competências para se adaptarem a situações novas e imprevistas. 

O importante não é mais a quantidade das informações acumuladas, mas saber selecioná-las e refleti-las a fim de buscar soluções necessárias ao longo da vida. Mesmo com tantas demandas, avançamos muito mais devagar do que imaginamos na senda do conhecimento, temos a tendência de repetir processos, escolhas na maior parte das vezes. 

É imprescindível que nos convençamos que a qualidade de ensino, depende de nossas escolhas, de nossas práticas, daí a necessidade de se gostar de aprender, de conhecer, porque o conhecimento é o primeiro caminho para mudança e se constrói a partir de constantes desafios e atividades significativas que exercitem a curiosidade, a imaginação e até mesmo insubmissão, no educando. Segundo Freire (2000, p.28). “O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão.” 

Desta forma, fica bem claro que o processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, está sempre em evolução e pode se enriquecer com qualquer experiência, visando o domínio dos instrumentos de compreensão, para que cada um compreenda o mundo que o cerca em seus diversos aspectos. 

Estamos num período de mudanças complexas e fortes entre formas tradicionais de organizar a educação e outras que ainda estão em fase de implantação, e que podem levar-nos a níveis mais ricos de conhecimento, de convivência, valores e realizações, e o educador é o sujeito dessa transformação. Segundo (MORAN 2007). “A aprendizagem será a essência da nova sociedade, aprender a conhecer, a sentir, a comunicar-se, a equilibrar o individual e o social.” 

3 APRENDER A FAZER 

O aprender a fazer está relacionado com a questão profissional, mais do que os conhecimentos técnicos, é preciso aprender os conhecimentos comportamentais, o saber trabalhar em equipe, usar a criatividade, ter iniciativa. As habilidades físicas estão sendo substituídas pelas cognitivas, já que cada vez mais as máquinas estão automatizadas e o homem está no comando delas. 

Não se pode mais preparar alguém simplesmente para uma atividade específica, porque a todo o momento as coisas evoluem, então é necessário o preparo para a inovação, a solução de conflitos, juntamente com a formação técnica é preciso o preparo para uma melhor relação entre as pessoas, saber trabalhar em equipe. Tanto nas economias formais quanto nas informais é necessário aprender como comportar-se em situações de incerteza. 

O aprender a fazer refere-se essencialmente à formação técnico-profissional do educando e consiste essencialmente em aplicar, na prática, os seus conhecimentos teóricos. Atualmente existe outro ponto essencial a focar nesta aprendizagem, que se refere à comunicação. 

É importante que cada indivíduo saiba se comunicar. Não apenas ter e transmitir informação, mas também interpretar e solucionar o turbilhão de informação que nos chega, e muitas das vezes essas são contraditórias, temos então o dever de saber discernir o que é proveitoso e o que não é. Segundo (SCHON, 1983). 

[...] é essencial que o profissional reflita sobre sua ação ao mesmo tempo em que age, ajustando continuamente o curso do seu fazer, mas sendo necessário também que ele tome distância e reflita sobre a reflexão feita no momento da ação, e é exatamente este o elo entre o saber docente e a utilização das diretrizes curriculares 


4 APRENDER A VIVER JUNTOS, APRENDER A VIVER COM OS OUTROS 

A sociedade competitiva e os preconceitos geram uma violência que deve ser combatida pela escola. Ensinar a viver juntos é fundamental conhecendo antes a si mesmo para depois conhecer e respeitar o outro na sua diversidade. A melhor maneira de resolver os conflitos é proporcionar formas de buscar projetos e objetivos em comum, através da cooperação, pois assim ao invés de confrontar forças opostas, soma-se a diversidade para fortalecer as construções coletivas. 
A compreensão do outro, para participar e cooperar em todas as atividades humanas é hoje um dos maiores desafios da educação, deve haver a cima de tudo entre educando e educador respeito as suas diferenças, as suas idéias, ao meio em que vivem. Segundo Freire (2000, p.103). “O clima de respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes, generosas, em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente, autentica a caráter formador do espaço pedagógico.” 

4.1 A DESCOBERTA DO OUTRO 

A missão da educação é transmitir conhecimento sobre a diversidade humana, e por outro lado, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e diferenças entre si. A escola deve ajudar na descoberta do outro e de si mesmo, e essa ajuda se dá eficazmente com o diálogo, pois através dele é que se faz o conhecimento do outro. 

Por fim, penso que o essencial em uma relação, é que os professores não devem ir contra ao aprendizado de seu aluno, mas sim, incentivar sua curiosidade, seu espírito crítico, sua autonomia enquanto educando, enquanto ser humano. Freire (2000, p.105) afirma. “No fundo, o essencial nas relações entre educador e educando, entre autoridade e liberdades, entre pais, mães, filhos e filhas é a reinvenção do ser humano no aprendizado de sua autonomia.” 

4.2 TENDER PARA OBJETIVOS COMUNS 

A educação formal deve proporcionar programas para projetos de cooperação desde a infância, em atividades culturais, esportivas. Segundo (MORAN, 2008). “A educação precisa incorporar mais as dinâmicas participativas como as de autoconhecimento (trazer assuntos próximos à vida dos alunos), as de cooperação (trabalhos de grupo) e as de comunicação (como teatro ou produção de vídeo).” 

Na educação podemos ajudar a desenvolver o potencial que cada aluno tem, dentro da suas possibilidades e limitações. Para isso precisamos praticar a pedagogia da compreensão, do respeito, da reciprocidade, a isso chamamos de “Pedagogia da Inclusão”, onde professores e alunos são valorizados e desenvolve sua autoconfiança, sua auto-estima. Ter nas escolas programas que incentivem professor x aluno, que os orientem em seu desenvolvimento afetivo, se faz mais que necessário. (MORAN, 2008) afirma. 

Ações para que alunos e professores desenvolvam sua autoconfiança, sua auto-estima, que tenham respeitos por si mesmos e acreditem em si, que percebam sintam e aceitem o valor pessoal e do outro. Assim será mais fácil aprender e comunicar-se com os demais. Sem essa base de auto-estima, aluno e professor não estarão inteiros, plenos para interagir e se digladiarão como opostos, quando deveriam ver-se como parceiros. 

5 APRENDER A SER 

A educação deve contribuir para a formação integral do ser humano, em todos os seus aspectos físico, espiritual, social, intelectual, etc. de forma que cada um possa desenvolver sua criatividade e senso crítico, seus valores que o conduzam à construção de sua própria história. É importante que todos tenham oportunidade de desenvolver seus talentos pessoais, para que tomem iniciativas criativas que levem à resolução de conflitos sociais. Estimulo às artes e imaginação criadora é fundamental para a formação da autonomia, numa época em que a tendência é a padronização de comportamentos. 

Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças. Delors (1998, p.89-102). 

Neste sentido, é importante que a escola possa contribuir para melhor desenvolver nas crianças e até mesmo no professor, atitudes de curiosidade, imaginação e a valorização da cultura. Deve-se conceber a escola como um todo e a educação a fonte de criação e de possibilidade de transformação do ser humano. “Se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educação pode.” Freire (2000, p.126). 

6 CONCLUSÃO 

Tendo em vista, que a educação tem por missão transmitir conhecimentos e saberes durante o longo da vida, os quatro pilares da educação proposto por Delors, vem ampliar e abrir espaços para uma análise e uma profunda discussão sobre os caminhos que a educação atual deve tomar em relação a sua prática pedagógica nas escolas. 
Sabemos que o “Aprender” faz parte de nossa vida, enquanto educadores ou educandos, o que talvez ainda , não o fizemos, foi uma reflexão sobre nossa vida profissional e pessoal, perguntas como: 

O que quero da vida realmente? 

Sou realizado profissionalmente? 

Qual o meu papel de educador numa sociedade tão omissa? 

Quero ser um agente de uma educação libertadora? 

Quero que meu aluno seja um cidadão crítico? 

Enfim, perguntas como estas deveriam, no meu pensar, estar presente no cotidiano de um profissional que optou pela carreira de educador, pois somos responsáveis pelas mudanças que futuramente irão impulsionar, nossos alunos a serem melhores cidadãos, profissionais que nós um dia o fomos. 

Sendo assim, conclui-se com este trabalho que os educadores devem “A prender a aprender”, ou seja, aceitar a si próprio, conhecer-se, saber suas limitações, respeitar o seu outro, conviver com seu semelhante, compreendendo suas diferenças e redescobrir o prazer de renovarem-se todos os dias, e desta forma contribuir para melhor formação profissional de seu aluno através da proposta que Delors nos apresenta em seu texto, pois somos os grandes mediadores do processo ensino-aprendizagem, e aprendendo a descobrir é que adquirimos competências para realizar nosso trabalho com sucesso, podendo assim formar nossos alunos verdadeiros cidadãos. “O aprender dá sentido a vida, a todos os momentos da vida, mesmo quando ela está no fim.” Moran (2008). 

7 REFERÊNCIAS 

DELORS, Jacques. Educação: Um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez/MEC/ UNESCO, 2000. Capítulo IV. 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo. Paz e Terra. 2000. 
MORAN, José Manuel. Educação Inovadora. Blog disponível em: Acesso em 27 de julho de 2008. 

SCHON, D.A. Uma Prática Reflexiva, como o profissionalismo pensa na prática. N.Y.Jossy Bass, 1983.

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