Google+ O MEU POVO PERECE POR FALTA DE CONHECIMENTO.: *Batalha Espiritual / O que Você Precisa Saber

sábado, 24 de maio de 2014

*Batalha Espiritual / O que Você Precisa Saber

*Batalha Espiritual / O que Você Precisa Saber


O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE BATALHA ESPIRITUAL 

O texto de Efésios 6.10-20, o Apóstolo Paulo não transmite o conceito , hoje tão popular, da Igreja como um hospital onde se vai receber terapia. Ao contrário, ela é descrita como um grande campo militar. Tampouco estou dizendo que não existam soldados feridos precisando de tratamento e cura. O problema é que existem, muitos cristãos que passam todo o tempo na "enfermaria" como se a igreja fosse um grande pavilhão para tratamento permanente de doentes. Na realidade, a Igreja é mais como um exército no campo de batalha e cada um de nós é chamado a estar pronto para resistir aos ataques de Satanás.
 Cristianismo não é brincadeira, é questão de vida ou morte; é muito sério e lida com realidades eternas que determinam o estado futuro das pessoas.
 A Igreja não é um "piquenique", não é um clube, mas um exército . É dessa maneira que devemos entender a vida cristã.

QUEBRA DE MALDIÇÃO?


A verdade é que não existe qualquer mandamento dado pelo Senhor aos seus apóstolos para que quebrem maldições e anulem pactos demoníacos dos novos convertidos vindos do paganismo. Escrevendo cartas às igrejas, os apóstolos não as instruíram a fazer nada parecido. E o que é mais significativo não há qualquer registro de coisa semelhante no livro de Atos, que narra o trabalho missionário de Pedro e de Paulo. O mundo em que os apóstolos pregaram o Evangelho era infestado  pelo ocultismo e pela idolatria, possivelmente de maneira tão intensa quanto o Brasil de hoje. Muitos dos convertidos pelos apóstolos vieram de um passado de ocultismo, artes mágicas e feitiçaria. Entretanto, em nenhum momento os apóstolos consideraram necessário acrescentar ao arrependimento e à fé coisas como quebra de maldição ou anulação de pactos com espíritos.


 Nada portanto de: Rosas ungidas, Sal ungido e grosso, Óleos milagrosos, Lenços ungidos, copo com água, transferência de riquezas entre outras fantasias. Nós não necessitamos de tais ações e movimentos inventados por homens para uma grande transformação, libertação. O método que Jesus nos deu, nos deixou foi a Palavra de Deus, a oração, o jejum e o arrependimento, o que passar disso é acréscimo do homem e não da Bíblia e de Deus. Alargue a sua visão. Pois nem eu, e nem ninguém, sabe o que realmente se passa no misterioso mundo angelical, além do que as Escrituras nos revelam.


O CONTEXTO DE EFÉSIOS 6.10-20.


  Primeiramente, ao estudar uma passagem como esta, temos de nos lembrar do contexto, da situação e do propósito com o qual foi escrita. Esta é uma regra muito importante. O que a passagem significou para seus primeiros leitores? Qual o propósito do seu autor? Paulo não a escreveu para deixar à Igreja um tratado acadêmico sobre "batalha espiritual". Ele e os demais apóstolos eram homens muito ocupados, envolvidos continuamente com o trabalho missionário e pastoral. Não tinham tempo para "fazer teologia" só pelo prazer de fazê-lo. Não escreviam cartas apenas para manter a correspondência em dia, e sim para atender às necessidades das congregações recém-formadas, quando não podiam estar lá em pessoa para resolver os seus problemas. 


Alguns estudiosos modernos têm questionado a autoria paulina da carta aos Efésios. Existe também alguma dúvida se ela foi escrita somente para os efésios ou se era uma carta circular, endereçada às várias igrejas da região onde se encontrava a cidade de Éfeso. Creio que não há evidências suficientes para abandonarmos a posição que a Igreja tem adotado por quase dois mil anos de que Paulo é seu autor. Quanto aos destinatários, reconheço que a questão é mais difícil de ser esclarecida. Sabemos que Paulo pelo menos uma vez escreveu uma carta aberta, circular (Cl 4.16). De qualquer maneira, mesmo que Efésios não tenha sido destinada exclusivamente aos efésios, eles certamente receberam uma cópia da carta, ainda nos primórdios da Igreja apostólica. Assim, assumimos neste livro que Paulo é seu autor e que sua audiência primária era a Igreja de Éfeso.


Paulo escreveu aquela carta quando estava na prisão. A causa do encarceramento foi seu ministério apostólico de anunciar o Evangelho de Cristo (Ef 3.1; 4.1; 6.20). A maioria dos estudiosos acredita que ele estava preso em Roma, por instigação dos judeus de Jerusalém, após haver apelado para o julgamento  de César (At 25.11-12; 27.1). É possível que a visita de Tíquico a Roma, trazendo notícias de Éfeso, tenha motivado Paulo a lhes escrever esta carta para encorajá-los diante das notícias da sua prisão (Ef 3.13). Paulo escreve com o propósito de mostrar aos seus leitores todas as bênçãos espirituais que a Igreja desfruta na pessoa de Cristo. Nela o apóstolo explica, de maneira mais elaborada do que em suas outras cartas, o que pensa a respeito da Igreja. 


 No capítulo primeiro descreve todas as bênçãos espirituais que ela possui em Cristo Jesus. Entre essas bênçãos enumera o perdão dos pecados, a adoção de filhos, a predestinação, a redenção, a conversão e o selo do Espírito Santo. Ele fala da Igreja como a consumação do plano de Deus, de fazer todas as coisas convergirem em Cristo Jesus, sendo ela o ápice do propósito divino redentivo na História. Nela Deus realiza o seu propósito de reconciliar consigo mesmo todas as coisas.


 No capítulo dois o apóstolo descreve os cristãos em sua posição de vitória, havendo sido para lá transportados de sua posição de escravidão, de miséria, de pecado, de subjugados à ira de Deus. Agora, em Cristo, a Igreja está assentada à direita de Deus. E tudo isso pela graça! Na Igreja, judeus e gentios, servos e senhores, homens e mulheres, enfim toda a diversidade da raça humana encontra sua unidade. Através do Espírito Santo todos temos acesso a Deus num só Espírito.


 No capítulo três Paulo fala do ministério dos apóstolos. A eles Deus revelou o mistério do Evangelho, o fundamento da Igreja. Paulo se diz o menor entre os apóstolos e considera o sofrimento na prisão romana, por anunciar o mistério de Cristo, um privilégio e não um motivo para desfalecimento e desânimo dos seus leitores. E ora para que eles possam compreender o amor de Cristo em profundidade. 


  No capítulo quatro Paulo menciona a unidade da Igreja no Espírito Santo, no vínculo da paz. À luz de todas essas bênçãos maravilhosas, continua Paulo, o cristão agora deve andar em novidade de Vida. Deve se despir das coisas antigas e tomar sobre si toda a "novidade" que foi trazida por Cristo ao mundo, o "novo" no sentido bíblico. Deve assim se revestir do novo homem criado segundo Deus em justiça, santidade, andando de forma digna de sua vocação. Essas implicações práticas são desenvolvidas nos capítulos quatro, cinco e seis. 


  Ao fim da carta, o apóstolo adverte a Igreja de que ela encontrará oposição para viver neste mundo a plenitude das bênçãos espirituais. O fato de que a Igreja está em posição de vitória em Cristo Jesus, o fato de estarmos ressurretos e assentados com ele nas regiões celestes, não quer dizer que os nossos problemas aqui neste mundo tenham acabado. Não quer dizer que o conflito cessou. Não quer dizer que tudo aqui e agora vai ser um "mar de rosas". "Não", diz Paulo, "vocês devem se lembrar de que a Igreja ainda está inserida num mundo tenebroso, onde habitam hostes malignas poderosas. Nele, a Igreja vai encontrar tremenda oposição desses principados e potestades, as forças espirituais do mal, que vão atacá-la continuamente, tentando evitar que os cristãos desfrutem dos seus privilégios em Cristo, e fazendo com que se desviem da sua direção e propósito". 


  Aqui, então, se vê como é equivocado aquele tipo de evangelismo, bastante popular em nossos dias, que oferece às pessoas a completa solução de todos os seus problemas se somente aceitarem a Cristo Jesus. Em certo sentido, essa não é uma forma muito honesta de evangelizar. Os nossos amigos terão a impressão de que, se aceitarem a Cristo, todos os seus problemas atuais serão resolvidos de maneira miraculosa e instantânea. Creio que o oposto é que é a verdade. Quando alguém crê e se converte genuinamente a Cristo, aí é que os problemas surgem mesmo, e alguns dos anteriores até se agravam. 


  Li certa feita a história de um escravo cristão cujo patrão costumava zombar da sua fé em Cristo, dizendo: "Não vejo qual a vantagem de ser cristão. Eu não creio em Cristo e detesto o Cristianismo. Entretanto, sou um homem rico, sem problemas, e tenho tudo na vida. E você, que professa servir a esse Cristo, não passa de meu escravo, nada tem neste mundo e passa por muitos sofrimentos. Como explica isto?" E o pobre escravo ficava sem resposta. Um dia, saiu acompanhando seu patrão numa caçada a patos selvagens. O homem era excelente atirador, e com poucos tiros conseguiu derrubar vários patos que passavam em revoada sobre a lagoa. "Depressa", disse ele ao escravo, "vá logo buscar aqueles feridos que ainda estão vivos, pois ainda podem escapar. Deixe os mortos para depois, eles não vão mesmo a lugar nenhum". Enquanto o escravo obedecia, a luz brilhou em seu coração. Ao voltar com as aves abatidas, disse ao seu senhor: "Mestre, agora tenho a resposta à sua pergunta. Os meus sofrimentos neste mundo  se explicam da mesma forma como o senhor me orientou a buscar os patos. O diabo vai no encalço dos que ainda estão vivos e deixa em paz os que já estão mortos. Ele procura tornar a minha vida o mais miserável que possa, pois estou vivo em Cristo, e posso escapar de suas garras. Enquanto isto, ele o deixa em paz, pois, morto em suas ofensas e pecados, o senhor já lhe pertence". 


  Essa história ilustra bem o que quero dizer. Em muitos casos, alguém que se converte verdadeiramente ao Cristianismo bíblico passa a ter mais problemas do que antes. O diabo e seus anjos passarão a persegui-lo e a tentá-lo muito mais intensamente que antes. Não somente isso, mas a sua própria consciência passará a ter uma nova sensibilidade quanto ao pecado. Por exemplo, se ele antes conseguia trair a esposa sem qualquer preocupação, agora sua consciência o apertará e ele não conseguirá mais fazer isso em paz. Antes ele não tinha problemas de consciência, mas agora tem. Se antes ele "colava" na prova da escola, agora, após haver crido em Cristo, terá conflitos sérios com a sua consciência. Tudo ficou mais difícil! Se era desonesto, agora terá de andar em honestidade, terá de pagar seus impostos corretamente, não passará mais cheques sem fundos. Ele vai passar por conflitos tremendos, conflitos que antes lhe eram absolutamente desconhecidos. Descobrirá que algumas das coisas que fazia antes com perfeita tranquilidade agora lhe trazem lutas íntimas tremendas. A vida em certo sentido ficou muito mais complicada. 



 Não estou negando que Jesus seja a solução para nossos problemas. Estou plenamente convencido de que ele é a única solução. O que estou dizendo é que esta solução não atinge a sua plenitude agora, enquanto ainda estamos neste mundo decaído. Nós ainda aguardamos a redenção, a ressurreição dos mortos, um novo céu e uma nova terra onde habita a justiça. O que Paulo diz no fim da carta aos Efésios, ao abordar o embate da Igreja com as hostes malignas das trevas, é que não devemos pensar que a miséria e os efeitos situacionais do pecado acabaram quando nos tornamos seguidores fiéis de Cristo. Na verdade, o que ocorreu quando nos curvamos diante de Cristo pela fé foi termos nos alistado em seu exército, tornamo-nos soldados e fomos convocados para resistir aos inimigos mais poderosos que jamais alguém ou alguma entidade neste mundo poderia encarar. É nesse contexto e nesse ambiente que devemos entender a passagem de Efésios 6. Ela é dirigida a crentes que estão numa posição de vitória, à Igreja vitoriosa, alertando-a, porém, de que esta vitória não está totalmente consumada e que, enquanto ela viver neste mundo, haverá de enfrentar oposição ferrenha dos inimigos descritos pelo apóstolo Paulo. Isso é o que devemos ver primeiro ao estudar esta passagem e o contexto em que Paulo escreveu. 

A CONVOCAÇÃO PARA O COMBATE


 O que temos em Efésios 6.10-13 portanto é uma convocação à batalha. É como se Paulo tomasse a Igreja pelos ombros, sacudindo-a, e dissesse: "Acorda, nós estamos envolvidos num combate, existe uma luta sendo travada neste momento e precisamos estar alertas". Essa exortação de Paulo pode ser dividida em duas partes, como sugeriu Martyn Lloyd-Jones em seu comentário sobre Efésios 6.10-20. Do versículo 10 até o 13, temos a convocação em termos gerais. Paulo exorta os seus leitores a que tomem toda a armadura de Deus e que se preparem para resistir. Do versículo 14 até o 20, faz uma descrição detalhada da armadura completa do cristão, como ele deve se preparar para esse embate, e quais as peças da armadura que ele tem de ter sobre si. 
  Muitos querem resolver os problemas de temperamento, de hábitos pecaminosos, da opressão econômica, da língua maliciosa ou dos pensamentos impuros simplesmente repreendendo e amarrando os demônios que supostamente produzem esses desvios morais. O caminho apresentado pela Bíblia, porém, é o da santificação, da autodisciplina, do estudo persistente da Escritura, de aprender e prosseguir fielmente. Esse é o caminho. Não encontramos nas Escrituras exemplos de expulsão de demônios considerados responsáveis por problemas morais. Acredito que, se em vez de amarrar a Satanás, muitos amarrassem a sua língua, a Igreja seria tremendamente beneficiada. O casamento de muitos melhoraria, o relacionamento de outros seria transformado para melhor, e a vida de muitos na Igreja também experimentaria um grande progresso. Mas, o que está querendo é um caminho fácil. Por isso tantos estão buscando cura, prosperidade, saúde, conforto, bem-estar. 
 Efésios 6 nos mostra que a única solução para os problemas do mundo é o Cristianismo  Bíblico. Não há outra solução. A ONU não consegue resolver os conflitos entre as nações. Palestinos e judeus continuam se matando no Oriente Médio e a paz não chega. O homem não consegue resolver o problema da fome, da violência, da miséria, da corrupção e da desonestidade, males que afligem a humanidade desde seu aparecimento neste planeta. O homem está totalmente à mercê de sua própria degradação espiritual e moral, da sua miséria e desgraça. A razão é que existe um poder maior do que o homem, que está por trás dele, que o influencia, escraviza, domina, controla. Este poder cega os olhos do homem, transforma-o numa besta selvagem capaz dos mais terríveis atos de crueldade. 

  No mundo inteiro pessoas enfrentam o fracasso ao tentar resolver seus próprios problemas morais. Quem sabe você já tentou fazer uma reforma moral em sua vida, deixar certos hábitos e costumes, certos comportamentos que o têm prejudicado e a outros, mas não consegue! Você está lutando contra forças e influências superiores à sua capacidade. Saiba que um poder muito acima da sua vontade de fazer o bem está contra você. Embora seja você mesmo o responsável diante de Deus pelos seus pecados, existe um poder maligno e tenebroso que o mantém cativo. Somente Cristo Jesus pode libertá-lo da influência dessas forças tenebrosas. Só ele pode lhe dar a armadura de Deus para enfrentar e resistir a esse poder. 


OS APÓSTOLOS E SEUS CONVERTIDOS DO PAGANISMO 


  A verdade é que não existe qualquer mandamento dado pelo Senhor aos seus apóstolos para que quebrem maldições  e anulem pactos demoníacos dos novos convertidos vindos do paganismo. Escrevendo cartas às igrejas, os apóstolos não as instruíram a fazer nada parecido. E o que é mais significativo, não há qualquer registro de coisa semelhante no livro de Atos, que narra o trabalho missionário de Pedro e de Paulo. O mundo em que os apóstolos pregaram o Evangelho era infestado pelo ocultismo e pela idolatria, possivelmente de maneira tão intensa quanto o Brasil de hoje. Muitos dos convertidos pelos apóstolos vieram de um passado de ocultismo, artes mágicas e feitiçaria. Entretanto, em nenhum momento os apóstolos consideraram necessário acrescentar ao arrependimento e à fé coisas como quebra de maldições ou anulação de pactos com espíritos.


 Um dos locais mais infestados era Éfeso. A cidade era conhecida como um centro de artes mágicas e pelo culto à deusa Artemis (Diana). Essa deusa da mitologia grega era tida como a deusa do submundo, que controlava os espíritos da natureza e dos animais selvagens. Sua imagem era coberta com os símbolos do Zodíaco, para lembrar aos adoradores de Éfeso que ela era uma divindade cósmica, com controle sobre os espíritos determinantes do destino. Quando Paulo ali pregou o Evangelho muitos efésios se converteram a Cristo, boa parte dos quais havia se envolvido com artes mágica, e certamente com o culto a Diana (At 19.18-20, 26-27).  Como testemunho público de que já haviam sido libertos e resgatados pelo poder do Espírito Santo, vieram a público queimar seus livros de magia negra. Não foi pelo atear fogo naqueles livros que ganharam sua plena libertação. Eles já haviam sido libertados, quando creram (At 19.18). 


   Mais tarde, quando lhes escreveu a carta que conhecemos como Efésios, o apóstolo Paulo não sentiu nenhuma necessidade de instruí-los a quebrar maldições que fossem resultado de pactos ainda pendentes com o antigo culto aos demônios com que se haviam envolvido no passado. 


 Antes, em sua primeira viagem missionária, Paulo havia levado a Cristo o procônsul Sérgio Paulo, na ilha de Chipre (At 13.4-12). Sérgio Paulo havia se envolvido com artes mágicas, pois tinha ao seu lado um judeu mágico, um bruxo, chamado Barjesus. Possivelmente era seu conselheiro espiritual, conforme a prática antiga - e bem moderna! - de oficiais e governadores consultar videntes antes de tomarem resoluções. Após a conversão de Sérgio Paulo, o apóstolo nada lhe recomendou em termos de quebrar os pactos antigos feitos com os espíritos malignos através dos serviços do bruxo. 


  Outro exemplo de como os apóstolos tratavam convertidos que vinham do ocultismo é o relato da conversão dos samaritanos em Atos 8. Lemos ali que os samaritanos em peso seguiam a Simão Mago, um bruxo que praticava artes mágicas e que era o líder espiritual da cidade ou da região (At 8.9-11). Certamente a maioria dos moradores da cidade já havia, uma vez ou outra, se envolvido com Simão através de consultas, "trabalhos", invocação de mortos e outras práticas ocultas populares naquela época. Quando Felipe ali chegou pregando o Evangelho no poder do Espírito, muitos deles lhe deram crédito e foram convertidos a Cristo. Felipe os batizou (At 8.12). O próprio bruxo foi batizado (8.13). Mais tarde, os apóstolos vieram de Jerusalém examinar esses convertidos. Nada acrescentaram ao que Felipe já havia feito, a não ser orar para que os convertidos recebessem o Espírito Santo - procedimento necessário para que ficasse claro que, à semelhança dos judeus no dia de Pentecostes, outros povos podiam também ser aceitos na Igreja de cristo (At 8.16-17). Nenhuma palavra sobre o passado deles na feitiçaria! Nenhuma instrução a Felipe para que anulasse os pactos demoníacos daquela gente! Os apóstolos consideraram que a obra de Cristo entre os Samaritanos, convertendo-os, era suficiente para romper os antigos laços de pecado, ignorância, superstição e incredulidade. 


  E mesmo quando o bruxo deu sinais de que ainda estava "amarrado" ao seu passado, a orientação de Pedro foi: "arrepende-te... e roga ao Senhor" (At 8.22). Pedro viu que Simão estava ainda "em fel de amargura e laço de iniquidade" (At 8.23), mas não julgou que a solução seria "anular" os compromissos do bruxo com o mundo dos espíritos. A solução era um arrependimento verdadeiro e oração ao Senhor. 


  A tendência dessas ênfases da "batalha espiritual", portanto, acaba sendo a de diminuir o poder e a eficácia da suficiência de Cristo na vida do Crente, ao introduzir a necessidade da quebra de maldições hereditárias como condição para que o crente verdadeiro usufrua plenamente das bênçãos que Deus lhe tem reservado em Cristo. 
  "A tendência da "batalha espiritual" de criar em seus adeptos uma obsessão doentia pelos espíritos malignos é outra preocupação. Muitos estão fascinados pelo mal. Felizmente isso não acontece com todos os adeptos do movimento. Entretanto, pessoas menos preparadas que se envolvem com a visão de um mundo povoado de demônios e anjos maus à procura das mínimas brechas para se apossarem de suas vidas, acabam ficando obcecadas por Satanás e os demônios. Vêem Satanás em qualquer coisa, como em resfriados, dores de cabeça, no microfone do preletor que deixa de funcionar, no copo de leite que cai, no comportamento anormal dos filhos. 
 É claro que Satanás nos ronda como leão faminto e que seus demônios procuram, sempre que possível, nos assaltar, tentar, afligir e nos levar ao pecado. Mas, como veremos mais adiante, espíritos malignos não são a única explicação bíblica para os males que ocorrem no mundo. Aviões podem cair, furacões podem destruir, pessoas podem ficar doentes, tomar decisões erradas em suas vidas, estragar seus casamentos, sem que necessariamente haja demônios diretamente responsáveis por essas coisas. Vivemos num mundo decaído, que geme e suporta dores debaixo do cativeiro da corrupção por causa do pecado do homem (Rm 8.18-25). Além disso, Deus também intervém na existência humana em julgamento trazendo por vezes desastres, sofrimento e dor, com o objetivo de levar os homens ao arrependimento (Jr 5.3; Ap 9.20-21; 16.8-11). É uma distorção do ensino bíblico atribuir exclusivamente aos demônios os males que acometem a humanidade.
O modo pelo qual o movimento de "batalha espiritual" encara os males do mundo tende a produzir ministérios de "libertação" onde Satanás tem se tornado o centro. Não que o estejam adorando - certamente que não. Mas há tanta ênfase aos demônios, ao exorcismo, à libertação de males supostamente produzidos por demônios que, se aprouvesse a Deus eliminar agora o diabo e seus anjos, retirando-os do mundo, o ministério de muitos pastores e obreiros das igrejas evangélicas também se acabaria, pois quase só falam, pregam e escrevem sobre isso. As grandes e principais doutrinas das Escrituras são deixadas em plano secundário. O pior de tudo é que ministérios assim têm uma tendência de formar crentes receosos, que não desfrutam da plenitude da alegria, da liberdade em Cristo Jesus, pelo receio que têm de serem invadidos por espíritos malignos.

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