Google+ O MEU POVO PERECE POR FALTA DE CONHECIMENTO.: Erros de Malafaia quanto à predestinação bíblica

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Erros de Malafaia quanto à predestinação bíblica

Erros de Malafaia quanto à predestinação bíblica



Entendo que o papel do Pastor Silas Malafaia, no cenário atual seja de suma importância no tocante ao debate a respeito de comportamento. Mas decididamente quando a questão é doutrinária aí é uma tragédia que só. Ele possui mídia e não seria absurdo afirmar que dita comportamento e é formador de opinião, mas bom seria o discernimento no tocante ao que ele fala. Recentemente este pastor fez algumas declarações a respeito da doutrina da predestinação dignas de fazer um Lutero se revirar no túmulo. As afirmações seguem resumidas nas linhas abaixo

  1. Os textos que falam de predestinação não se referem à escolha de indivíduos, mas ao destino da coletividade dos santos do Antigo e Novo Testamento, aqueles que deliberadamente escolheram obedecer a Palavra de Deus. 
  2. Que os eleitos do Novo Testamento são os que creram em Jesus, possuem uma experiência pessoal de salvação, imitam a Cristo, desfrutam de comunhão com Deus pelo Espírito Santo, e estão sendo moldados por Ele à imagem de Jesus Cristo e vão morar no céu. 
  3. A promessa da salvação é condicional, neste caso a perseverança dos santos é a garantia de que os mesmos serão salvos. 
  4. Se não existisse o livre arbítrio o pecado seria um plano do próprio Deus. 
  5. No pensamento deste a ideia de um Deus que predefine o destino de seres humanos é absurda, e contraria o desejo de Deus em salvar todos os homens. 
Vamos ver uma por uma destas ideias? Desde já pretendo deixar claro que voltarei a esta temática em uma série de estudos que estou preparando, mas vou apontar aqui algumas linhas gerais que talvez permitam ao leitor uma maior interação a respeito do assunto. 

  1. Tenho problema com esta ideia de predestinação coletiva, defendida por arminianos e semi pelagianos. O propósito da predestinação é a santidade irrepreensível, bem como a conformação do crente com a imagem de Cristo, conforme observado por Malafaia e destacado por mim no tópico dois. Se a eleição é coletiva, segue-se que a santidade e o processo de conformação do crente com a imagem de Cristo também o é. Algo que duvido que o arminiano concorde. 
  2. Não há nada de oculto no uso dos termos eleitos e predestinados no coletivo, tal se dá tão somente pelo fato de Paulo e os demais autores bíblicos estarem escrevendo para uma coletividade, simples assim. Mas isto não quer dizer que a predestinação tenha de ser coletiva. 
  3. Ao assumir que a salvação é uma experiência pessoal Silas e qualquer arminiano que acompanhe o seu raciocínio estão entrando em flagrante contradição com o que afirmaram anteriormente. 
  4. Não é a perseverança dos santos a condição final para a salvação, mas o inverso, em outras palavras, perseveram os que foram eleitos, são regenerados, e estão guardados pelo poder de Deus para a salvação que há de se manifestar no dia final (I Pe 1. 2 - 5). 
  5. Todavia a perseverança só o é, quando testada, daí a importância de que os salvos passem e sejam contristados em várias tribulações, isto é um processo que visa a comprovação da autenticidade da fé, bem como a aprovação da mesma (I Pe 1. 6 - 9). todavia o contexto me permite afirmar que os salvos são aprovados não em razão de uma qualidade especial que possuem em detrimento dos demais, mas pelo fato de serem guardados pelo poder de Deus mediante a fé (I Pe 1. 5). Esta fé é um dom de Cristo, visto que Pedro afirma: e por ele credes em Deus (I Pe 1. 22). 
  6. Agostinho e os demais reformados entenderam que antes da queda os homens tinham livre arbítrio, mas que após o pecado este ficou restrito, ou seja o homem tem liberdade para praticar o mal, mas não para buscar a Deus, na verdade ele sequer quer Deus. Daí, que o primeiro passo em relação à salvação seja o divino. 
  7. Com isto, Deus não pode eleger os homens para a salvação com base em suas escolhas futuras, uma vez que não há quem busque a Deus, [...] não há quem faça o bem [...]. Partindo da lógica dos profetas e de Paulo, a unica alternativa divina, caso Deus escolhesse com base nas obras e ações futuras dos seus eleitos seria a condenação. 
  8. Por último, Deus, sendo sumo bem, e sendo amor, não pode desejar outra coisa além da salvação de todos os homens, e que estes cheguem ao pleno conhecimento da verdade, mas alto lá, o contexto aqui é o de oração pelos homens que estão em eminência, e não há porque eu não possa entender que Deus tenha entre todas as classes de homens os seus eleitos. 

Concluo dizendo que absurdo é uma autoridade evangélica afirmar que a doutrina da predestinação é absurda, uma vez que a mesma é bíblica, ao passo que aquilo que chamam de livre arbítrio, ou livre agência não o é, uma vez que foi comprometida pela força do pecado, conforme exposto nas linhas acima. 

Em Cristo, Marcelo Mredeiros. 


Quem poupa o lobo sacrifica a ovelha!

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